Primeira Guerra Mundial

12-02-2012 17:34

A I Guerra Mundial

O ambiente vivido antes da grande guerra: rivalidade económica e nacionalismos

 

  • No início do século XX, a Europa era um continente dividido e marcado por inúmeras rivalidades. Um dos principais motivos era a disputa das colónias. Em cada um dos principais países havia cenários diferentes:
  • Grã-Bretanha - era detentora de um grande império colonial e possuía um regime parlamentar apoiado por uma burguesia industrial extremamente poderosa e influente;
  • França - mantinha uma enorme rivalidade com a Alemanha, que nascera com a guerra Franco-prussiana em 1870/71.  Deste conflito resultou a vitória alemã e a perda da província da Alsácia-Lorena, uma importante fonte de matérias-primas industriais como carvão ou o ferro;
  • Alemanha - era a maior rival da Grã-Bretanha em termos económicos. Detinham também um grande poder industrial e financeiro. Neste país havia um profundo movimento nacionalista que defendia uma vida militar assente no expansionismo do estado germânico;
  • Austria-Húngria - a força do império Austro-húngaro assentava na organização e disciplina do seu exército, dominados por um monarca com um poder absoluto, o Imperador Francisco José;
  • Balcãs - tornaram-se um autêntico barril de pólvora devido ao clima de tensão em que se vivia. Em 1908 a Áustria-Hungria conquistou a Bósnia-Ersgorvnia que pretendia seguir a sua política expansionista procurando garantir a submissão da Sérvia;
  • Rússia - dominada pelo regime autoritário do czar Nicolau II, mantinha uma enorme rivalidade com a Áustria-Hungria pela posse da península Balcânica.

 

 

 

A política das alianças

  • O clima de rivalidade económica no continente europeu conduziu a uma corrida ao armamento por parte das grandes potências.

 

  • A ameaça de confrontos levou à constituição de alianças militares, através das quais os países se comprometiam a auxiliar-se reciprocamente em caso de ataque inimigo. Assim, em 1882 foi formada a Tríplice Aliança, assinada pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. Em 1907, formou-se a Tríplice Entente, constituída pela França, Grã-Bretanha e Rússia.

 

  • A Tríplice Aliança (a verde) e a Tríplice Entente (a cor-de-rosa) eram, assim, duas alianças militares e políticas opostas.

 

  • Esta política de alianças manteve uma relativa estabilidade no equilibro europeu, mas não evitou a corrida aos armamentos. Vivia-se nesta época um clima de paz armada, pois qualquer incidente poderia comprometer esse frágil equilibrado.

 

O início da grande guerra: atentado de Sarajevo

  • No dia 28 de Junho de 1914, ocorreu um incidente que despoletou a I Guerra Mundial: o atentado de Sarajevo.

 

  • Gavril Princip era um estudante, de nacionalidade sérvia e destacado dirigente de uma sociedade secreta de cariz nacionalista intitulada “MÃO NEGRA”, cujo principal objectivo era lutar contra a soberania austro-húngara. O arquiduque Francisco Fernando era o príncipe herdeiro da coroa austro-húngara. Juntamente com a sua esposa foi assassinado á queima-roupa por Gravil Princip em plena via publica após ter assistido a uma sessão solene no edifício Sarajevo.

 

  • O imperador Austro-húngaro, Francisco José, não se conformou com a perda do seu herdeiro, exigiu explicações ao governo Sérvio, pois os seus conselheiros desconfiavam dos serviços secretos da Sérvia no atentado de 23 de Julho de 1914. Preocupados com o atraso da formalização da acusação a Gavril Princip, a Áustria-Hungria fez um ultimato à Sérvia, exigindo chamar a si as responsabilidades pela condução do inquérito do atentado.

 

  • Perante a recusa da Sérvia, no dia 28 de Julho a Áustria-Hungria declarou-lhe guerra. Dois dias depois, a Rússia, tradicional aliada da Sérvia entra em acção e declarou guerra à Áustria-Hungria.

 

  • Nos dois dias seguintes foram formadas as alianças militares sucedendo-se as declarações de guerra. Em Agosto de 1914, a Alemanha movimentou-se e invadiu a Bélgica e posteriormente a França. Iniciava-se assim a 1ª Guerra Mundial. 

 

O primeiro conflito mundial

  • Os países inicialmente envolvidos na guerra pensaram que esta iria ser curta: os Aliados (países da Tríplice Entente) contavam com a superioridade numérica dos seus efectivos; as Potências Centrais (Tríplice Aliança) confiavam na superioridade técnica do seu armamento. Numa primeira fase, os dois blocos confrontaram-se em três frentes:
  • a frente ocidental, do Mar do Norte até à Suíça;
  • a frente balcânica, do Mar Adriático ao Império Otomano (actual Turquia);
  • a frente leste, que se estendia do Mar Báltico até ao Mar Negro.

 

  • A I Grande Guerra prolongou-se de 1914 até 1918, arrastando consigo 8 milhões de mortos e muita devastação. Dividiu-se em várias fases.

 

Primeira fase: Guerra dos Movimentos (1914-1915)

  • Após as declarações de guerra da Alemanha à Rússia e a França a 1 e 3 de Agosto de 1914 respectivamente, a mobilização dos soldados alemães foi feita na presunção de que o conflito seria breve. O plano de ataque alemão baseou-se numa estratégia de ataque - surpresa com a intenção de invadir a França, passando primeiro pelo Luxemburgo e pela Bélgica.

 

  • Foi uma «Guerra-Relâmpago»: Os alemães avançaram fortemente na frente ocidental e a 6 de Setembro encontravam-se já a 60 Km de Paris. É então que se dá a Batalha do Marne, em que as tropas francesas lideradas pelo general Joffre conseguiram travar o avanço em massa dos Alemães, obrigando-os a recuar.

 

Segunda fase: Guerra das Trincheiras (1915-1917)

  • Para conservar as regiões ocupadas nas mais diversas frentes, os exércitos abriram trincheiras: longas valas rodeadas por arame farpado onde os soldados se protegiam.

 

  • Esta nova fase era marcada por condições muito duras: os soldados tinham que viver rodeados por más condições de higiene, ratos, lama, chuva e frio. Frequentemente, estavam sujeitos a ataques de artilharia e de gases asfixiantes.

 

  • A guerra das trincheiras prolongar-se-ia até 1917. Ao longo deste período, os avanços foram pouco significativos, mas travaram-se combates devastadores como a Batalha de Verdun em 1916 que resultou em 600 mil mortos.

 

Armas e outras tecnologias utilizadas

  • Durante a 1ª Guerra Mundial foram utilizados pela primeira vez novos tipos de transportes e de armas. Quanto aos transportes, foram utilizados os tanques, os submarinos, os aviões e automóveis para o transporte dos soldados. Quanto às armas, foram utilizadas as metralhadoras, os canhões, gases asfixiantes (os quais podiam ser evitados através das máscaras de gás) e alguns novos explosivos.

 

  • Também foram utilizados alguns novos aparelhos úteis, tais como o telégrafo e o telefone, os quais serviam para a comunicação dos soldados.

 

  • Os diferentes sectores foram desenvolvidos para ajudar nas inúmeras despesas militares e, além disso, foram usadas algumas línguas globais para facilitar a comunicação entre os países aliados.

 

A terceira fase: a entrada dos EUA

  • Depois de uma fase de impasse, entramos na fase final da guerra. Esta fase ficou marcada pela entrada dos Estados Unidos e pela saída da Rússia.

 

  • No início do conflito os E.U.A. forneciam ao exército aliado, armamento, munições e alimento. Contudo a 6 de Abril de 1917 após o ataque de submarinos Alemães a navios Americanos, os E.U.A declararam guerra à Alemanha.

 

  • A entrada do EUA no conflito, trouxe uma nova motivação aos soldados aliados e contribuiu para desequilíbrios nas forças no campo da batalha devido ao grande poder financeiro e militar dos Americanos.

 

 

Portugal na I Guerra Mundial

  • A I Guerra Mundial trouxe consequências nefastas para o nosso país, fazendo desacreditar o regime republicano. Estas fizeram-se logo sentir no início da Guerra, a moeda saiu de circulação e houve uma grande subida de preços. Como se não bastasse, Portugal via-se obrigado a participar na I Guerra Mundial, não só pela velha Aliança com a Inglaterra mas também para defender as suas colónias que começavam a ser atacadas pela Alemanha.

 

  • A participação na Guerra traria consequências irreversíveis para o nosso país, e disso ninguém tinha dúvidas, mas era também importante ficar ao lado da Inglaterra nas decisões pós-guerra, para poder preservar as suas colónias.

 

  • A incursão de Portugal na Guerra ocorre em Fevereiro de 1916 em que Portugal apodera-se dos navios alemães presentes nos seus portos. O nosso país junta-se aos aliados e em Janeiro de 1917, milhares de soldados são enviados para a frente francesa.

 

  • A 9 de Abril de 1918, em La Lys, os militares portugueses vêm-se esgotados e sem apoio frente a oito divisões alemães, o insucesso era óbvio e milhares de militares foram mortos ou feitos prisioneiros.

 

  • A Guerra termina e o Tratado de Paz fora assinado e Portugal permaneceria com a posse das suas colónias africanas, mas os danos provocados pela Guerra tinham sido irreparáveis.

 

  • Agravara-se a situação económica, e isso levaria a uma maior agitação social, devido ao número de mortos, á falta de alimentos, à repressão de liberdades e ao ressurgimento de algumas ideologias monárquicas.

 

O fim da guerra

  • A 11 de Novembro de 1918, é assinado o Armistício: a Alemanha rende-se. Em Junho de 1919, é assinado o Tratado de Versalhes onde se traça um novo mapa político.

 

  • Terminada a guerra, convocou-se para Janeiro de 1919, em Paris, uma conferência de paz com o objectivo de celebrar acordos e tratados com os países vencidos. O mais importante dos Tratados de Paz foi o Tratado de Versalhes, assinado no Palácio de Versalhes a 28 de Julho de 1919 e imposta aos países derrotados. A Alemanha foi obrigada a assinar este tratado e a aceitar cláusulas humilhantes, nomeadamente a redução das suas forças armadas a um pequeno exército defensivo, abandono de todas as suas colónias a favor dos Aliados, a restituição de Alsácia-Lorena à França e o pagamento de pesadas indemnizações de guerra.

 

  • De Versalhes resultou também a elaboração de um novo mapa político europeu. O Império Austro-húngaro foi desmembrado dando lugar ao aparecimento da Checoslováquia, da Hungria e da Polónia, saíram outros novos estados como a Jugoslávia, a Finlândia, a Letónia, a Lituânia e a Estónia.

 

  • Politicamente assistiu-se a um regime de democracia parlamentar - sistema político em que o Parlamento, assembleia legislativa, onde se encontram representados as várias facções políticas, é o órgão principal. O governo assume perante o parlamento as suas responsabilidades.

 

  • Da assinatura do tratado de Versalhes, para além do novo mapa político, determinou-se também a criação da Sociedade das Nações (SDN), com sede em Genebra. Dela faziam parte, inicialmente, os 32 países vencedores da guerra e os 13 neutrais. Este organismo internacional propunha-se a:
  • assegurar a paz, resolvendo conflitos entre os Estados-membros através do diálogo e da diplomacia;
  • promover a cooperação económica e cultural entre as nações.

 


 

 

 

 

Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918)

A- Antecedentes
A Segunda Revolução Industrial e o capitalismo monopolista.
O aumento da produtividade e a necessidade de aumentar os mercados consumidores, produtores de matérias-primas e de mão-de-obra barata e novas áreas de investimento para o capital acumulado.
O Imperialismo (neocolonialismo) e a disputa pelo controle dos mercados.
A corrida aos armamentos e o aparecimento de conflitos armados.
A política de Alianças e a formação da Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e a Itália) e da Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia).
O clima de tensão (Paz Armada).
O assassinato de Francisco Fernando o herdeiro do trono Austro-Húngaro e o início dos conflitos armados.

B- A Guerra de Movimentos
O uso de novos armamentos; o avião, o submarino, o tanque (blindados), gases tóxicos, , o lança-chamas, o morteiro, etc.
A formação de três frentes de combate: a frente ocidental, frente orientale a balcânica.
A saída da Itália da Tríplice Aliança.

C- A Guerra de Trincheiras
O equilíbrio de forças entre os dois blocos combatentes.
A estabilização das frentes de combate.
A saída da Rússia da guerra em 1917 devido a Revolução Socialista e a assinatura do Tratado de Brest-Litovski.
O temor dos EUA de que a Inglaterra e França perdessem a guerra e não pudessem pagar as dívidas assumidas.
Os ataques dos submarinos alemães aos navios mercantes dos EUA e o fim da neutralidade norte-americana.
A entrada dos EUA na guerra ao lado dos países da Tríplice Entente.
O rompimento do equilíbrio entre os dois blocos.
A derrota dos países da Tríplice Aliança

D- Conclusão
O Tratado de Versalhes e as duras penas impostas aos países derrotados.
A Alemanha, a grande prejudicada pelo Tratado de Versalhes.
O aparecimento do sentimento de vingança (Revanchismo Alemão) entre os alemães.
A criação da Sociedade das Nações.
A reorganização do mapa político da Europa
A valorização do papel da mulher na sociedade.
O fortalecimento dos EUA que passa ser a maior potência econômica e militar do mundo. 

Poderás ainda consultar o artigo da Wikipédia sobre a 1.ª Guerra Mundial. (Clica com o rato nesta frase.)

 

 

 

 Resumo das principais ideias do tema

Refugiados da Primeira Guerra Mundial

No final do século XIX e início do século XX, a Europa dominava imensos territórios espalhados por todo o mundo, mas fortes rivalidades imperialistas levaram as grandes potências coloniais europeias a entrar em conflito.Entre estas potências, destacam-se três países industrializados - a Inglaterra, a Alemanha e a França - que rivalizavam entre si pela posse de regiões que fornecessem matérias-primas para as suas indústrias e para onde pudessem também vender os seus produtos industriais.As tensões que daí resultaram conduziram à corrida ao armamento e, em 1914, a uma guerra que acabou por envolver quase todos os países do mundo e que durou 4 terríveis anos.O continente mais afectado pela guerra foi a Europa. Perdas humanas e materiais provocaram o declínio deste continente, passando os Estados Unidos a assumir protagonismo na política e economia mundiais. Clique aqui se quiser testar o que aprendeu com este texto.

 

 

Batalhas da I Guerra Mundial (a cores)

 

Interessante filme documentário sobre a I Guerra. O filme foi colorido posteriormente (no tempo da I Guerra não havia tecnicolor) e musicado (era o tempo do "cinema mudo"). Quase no início aparece o famoso Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho, piloto alemão considerado o ás dos ases. No filme vêm-se situações reais de aviões abatidos. Lembro que os pilotos, nesta guerra, não usavam pára-quedas por duas razões: uma, é que estes eram muito pesados, reduzindo, por causa disso, a capacidade de os aviões manobrarem rapidamente; a outra razão é que se acreditava que os pára-quedas podiam fazer diminuir o desempenho dos pilotos que, em vez de lutarem pelas suas vidas, poderiam ser tentados a usar o pára-quedas demasiadas vezes e cedo demais.

 

 

Esquema-resumo da primeira guerra mundial.

 

 

 

A guerra das trincheiras foi um longo período, da 1ª Guerra Mundial, caracterizado por grande desgaste: elevada mortalidade, grande destruição e elevados gastos financeiros.
Os oficiais franceses eram grandes adeptos desta táctica – guerra das trincheiras – e, no 1ª Guerra Mundial, enviaram soldados para o campo de batalha sem equipamento adaptado às trincheiras. Diziam que as precauções defensivas eram desnecessárias se se fizessem ataques maciços suficientemente rápidos. Porém, estas tácticas foram postas em causa depois dos exércitos terem sofrido pesadas baixas em ataques contra trincheiras defendidas por metralhadoras.
As trincheiras eram protegidas pelo arame farpado e por postos de metralhadora. Cavavam-se também trincheiras pela "terra de ninguém" dentro para ouvir o que se passava na posição inimiga ou para capturar soldados e depois interrogá-los.
As trincheiras tinham habitualmente 2,30 metros de profundidade e 2 metros de largura. Nos parapeitos das trincheiras eram colocados sacos de areia (os "parados") para absorverem as balas e os estilhaços das bombas. Numa trincheira com esta profundidade não se conseguia espreitar, por isso, havia uma espécie de elevação no interior.
As trincheiras não eram construídas em linha recta. Muitas eram perpendiculares de forma a que se o inimigo conseguisse tomar uma parte da trincheira, estava sujeito ao fogo das de apoio e das perpendiculares.

 

 

 

 

Colonialismo e 1ª Guerra Mundial

 
 
 
 
 

O desenrolar do conflito

 

As frentes da Guerra
 


 
 
 
 
 

As Alterações Políticas

 
A Europa em 1914
 
 
E em 1920
 

 
 
 

Balanço esquemático da 1ª guerra

 

 

 
 
Em 1917 a entrada dos americanos na guerra e a saída da Rússia através do tratado de Brest-Litovski decidiu a sorte do conflito.
 
Uma paz precária:

Terminada a Guerra os países aliados reuniram-se em Paris na conferência da Paz (1919). Onde uma das tarefas era o reordenamento do espaço europeu, do médio oriente e das possessões coloniais dos países vencidos.
Nesta conferência foram aprovados vários tratados, um dos quais o de Versalhes com a Alemanha. Estes tratados impuseram aos países vencidos condições humilhantes e definiram um novo mapa político mundial que impunha à Alemanha as seguintes condições:
- restituir a Alsácia e a Lorena à França;
- ceder as minas de carvão do Sarre à França por um prazo de 15 anos;
- ceder as suas colónias, submarinos e navios mercantes à Inglaterra, França e Bélgica;
- pagar aos vencedores, a título de indemnização, elevadas quantias;
- reduzir seu poderio bélico, ficando proíbida de possuir força aérea e de fabricar armas;
- reduzir o exército a menos de 100 mil homens

Declínio da Europa e Ascensão dos Estados Unidos

O Fim da supremacia Europeia

Devido À 1ª Guerra Mundial, a Europa tivera necessidade de adquirir matérias-primas, alimentos e armas, sobretudo aos EUA. Para pagamento das dívidas contraídas, parte do ouro europeu foi progressivamente transferido para os EUA e a Europa passou de credora a devedora aos EUA.
Com isto tudo os EUA beneficiaram de um excepcional crescimento económico.
 
A 1ª Grande Guerra causou grande número de mortos e feridos, destruiu terras e fábricas e alterou o mapa político da Europa. Para evitar futuros conflitos, criou-se a Sociedade das Nações.Mas a guerra marcou, também, o fim da supremacia europeia no mundo: os Estados Unidos tornaram-se na 1ª potência mundial
 

Filme 

 O BARÃO VERMELHO
O Barão Vermelho é um filme biográfico sobre os últimos anos de vida de Manfred von Richthofen, principal personagem da aviação alemã na Primeira Guerra Mundial. Conhecido como Barão Vermelho, Richthofen é retratado em sua vida amorosa, familiar e nas suas ações durante a guerra que o levaram ao Pour le Mérite, a honraria militar mais elevada da Alemanha na época, além de retratar sua morte e o devido respeito de seus iminigos ao ser enterrar em território francês, recebendo todas as honras militares dos aliados. 

 

Flyboys é um filme estadunidense, do género drama, de 2006, que se passa durante a Primeira Guerra Mundial. Estrelando James Franco, Martin Henderson, Abdul Salis, Jean Reno, Jennifer Decker, David Ellison, Tom Sizemore e Tyler Labine. É dirigido por Tony Bill e foi escrito por David S. Ward, baseado no roteiro original de Phil Sears e Blake Evans.
O filme segue no alistamento, treinamento e experiências de combate de um grupo de jovens americanos que se voluntariaram para se tornarem pilotos de caça da Esquadrilha Lafayette, o 124 º esquadrão aéreo, formada pelos franceses em 1916. O esquadrão foi composta por 5 oficiais franceses e 38 voluntários americanos que queria voar e combater na I Guerra Mundial, durante os anos do conflito principal, 1914-1917, antes dos Estados Unidos se juntar à guerra contra as Potências Centrais.
Um grupo de jovens norte-americanos vão para a França, por diferentes motivos pessoais, a lutar com o Serviço Aéreo Françês, L'Aéronautique militaire, durante a I Guerra Mundial antes da entrada dos EUA na guerra. Um dos personagens principais, Blaine Rawlings (James Franco), confrontados com o encerramento de seu rancho da família no Texas, decide se alistar depois de ver um noticiário de combate aéreo na França. Diletante Briggs Lowry (Tyler Labine) junta-se por causa de seu pai autoritário. o Lutador de Boxe e Afro-Americano Eugene Skinner (Abdul Salis), que tinha sido aceito como um atleta na França, foi motivada a "devolver" o seu país de adoção. Estes recrutas americanos estavam sob o comando do capitão francês Georges Thenault (Jean Reno), enquanto o veterano lutador aéreo Reed Cassidy (Martin Henderson), um colega americano, assumindo como seu mentor. Durante o treinamento, o filme lida principalmente com as lutas de cada piloto tem com o vôo exigente, mais tarde, o foco muda para a duelos aéreos que dominam as missões na linha de frente. Temas acordando, o preconceito racial, da vingança e do amor também são explorados. O filme termina com um epílogo que se relaciona os valores Esquadrilha Lafayette para a vida real em que o filme foi baseado.[2] Um toque de charme no filme é que o herói é dado um pequeno urso, que ele carrega como um amuleto de boa sorte. Esta é uma óbvia referência ao urso pequeno realizada como um amuleto de boa sorte por um piloto de "Wings", um filme mudo de 1927 sobre os Pilotos Americanos na I Guerra Mundial, que foi o primeiro filme a ganhar o Academy Award for Best Picture. 

 

DOCUMENTÁRIO: 1ª Guerra Mundial - O Fim de Uma Era
Primeira Guerra Mundial: o fim de uma era mostra por que este conflito teve mais impacto na civilização do que qualquer outra Guerra até então. Deflagrada pelo assassinato do arquiduque Francisco Fernando, o embate redesenhou a Europa Pas suas ruinas, acabando com reinados, impérios e com a inocência do século XIX diante do horror tecnológico militar: a metralhadora, o tanque e o gás.
Este documentário mostra a história de batalhas como a de Verdun, na França, e apresenta comentários de especialistas que explicam os efeitos das novas tecnologias no front. A produção analisa, ainda, as enormes mudanças que o fim da Guerra trouxe, incluindo o inevitável renascimento da Alemanha como potência militar.
Mediante depoimentos de sobreviventes e imagens de arquivo o documentário torna possível visitar os lugares onde a história aconteceu e entender a importância do conflito para o nascimento do século XX e de tudo o que ele trouxe consigo.

  

Trincheiras na Flandres na Primeira Guerra Mundial em La Lys, 1918.

 

 

RESUMO: Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918)


A- Antecedentes
A Segunda Revolução Industrial e o capitalismo monopolista.
O aumento da produtividade e a necessidade de aumentar os mercados consumidores, produtores de matérias-primas e de mão-de-obra barata e novas áreas de investimento para o capital acumulado.
O Imperialismo (neocolonialismo) e a disputa pelo controle dos mercados.
A corrida aos armamentos e o aparecimento de conflitos armados.
A política de Alianças e a formação da Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e a Itália) e da Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia).
O clima de tensão (Paz Armada).
O assassinato de Francisco Fernando o herdeiro do trono Austro-Húngaro e o início dos conflitos armados.

B- A Guerra de Movimentos
O uso de novos armamentos; o avião, o submarino, o tanque (blindados), gases tóxicos, , o lança-chamas, o morteiro, etc.
A formação de três frentes de combate: a frente ocidental, frente orientale a balcânica.
A saída da Itália da Tríplice Aliança.

C- A Guerra de Trincheiras
O equilíbrio de forças entre os dois blocos combatentes.
A estabilização das frentes de combate.
A saída da Rússia da guerra em 1917 devido a Revolução Socialista e a assinatura do Tratado de Brest-Litovski.
O temor dos EUA de que a Inglaterra e França perdessem a guerra e não pudessem pagar as dívidas assumidas.
Os ataques dos submarinos alemães aos navios mercantes dos EUA e o fim da neutralidade norte-americana.
A entrada dos EUA na guerra ao lado dos países da Tríplice Entente.
O rompimento do equilíbrio entre os dois blocos.
A derrota dos países da Tríplice Aliança

D- Conclusão
O Tratado de Versalhes e as duras penas impostas aos países derrotados.
A Alemanha, a grande prejudicada pelo Tratado de Versalhes.
O aparecimento do sentimento de vingança (Revanchismo Alemão) entre os alemães.
A criação da Sociedade das Nações.
A reorganização do mapa político da Europa
A valorização do papel da mulher na sociedade.
O fortalecimento dos EUA que passa ser a maior potência econômica e militar do mundo.

As frentes de combate entre 1914 e 1917

 
Extraído de: "Sinais da História 9"

 

 

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

 

Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra. 
            
Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.

Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida.


O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.

 

O início da Grande Guerra

O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia.

 

Política de Alianças

Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido.

O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.

 

Desenvolvimento

As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.

 

Fim do conflito

Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada,  perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial.

A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos. 


De cima para baixo e da esquerda para a direita: Trincheiras na Frente Ocidental; o avião bi-planador Albatros D.III; um tanque britânico Mark I cruzando uma trincheira; uma metralhadora automática comandada por um soldado com uma máscara de gás; o afundamento do navio de guerra Real HMS Irresistible após bater em uma mina.

 

Principais causas que desencadearam a Primeira Guerra Mundial:

 

- A partilha das terras da África e Ásia, na segunda metade do século XIX, gerou muitos desentendimentos entre as nações européias. Enquanto Inglaterra e França ficaram com grandes territórios com muitos recursos para explorar, Alemanha e Itália tiveram que se contentar com poucos territórios de baixo valor. Este descontentamento ítalo-germânico permaneceu até o começo do século XX e foi um dos motivos da guerra, pois estas duas nações queriam mais territórios para explorar e aumentar seus recursos.

- No final do século XIX e começo do XX, as nações européias passaram a investir fortemente na fabricação de armamentos. O aumento das tensões gerava insegurança, fazendo assim que os investimentos militares aumentassem diante de uma possibilidade de conflito armado na região;

- A concorrência econômica entre os países europeus acirrou a disputa por mercados consumidores e matérias-primas. Muitas vezes, ações economicamente desleais eram tomadas por determinados países ou empresas (com apoio do governo);

- A questão dos nacionalismos também esteve presente na Europa pré-guerra. Além das rivalidades (exemplo: Alemanha e Inglaterra), havia o pan-germanismo e o pan-eslavismo. No primeiro caso era o ideal alemão de formar um grande império, unindo os países de origem germânica. Já o pan-eslavismo era um sentimento forte existente na Rússia e que envolvia também outros países de origem eslava.

 

 

Cartazes da 1ª Guerra Mundial
https://www.worldwar1.com/posters.htm
 

 

Fotógrafo compra câmera e encontra imagens da Primeira Guerra Mundial


Corpos numa trincheira (Foto: Chris A. Hughes)
 Fotografia da Primeira Guerra encontrada pelo fotógrafo Chris A. Hughes (Foto: Chris A. Hughes) 
Fotografia da Primeira Guerra encontrada pelo fotógrafo Chris A. Hughes
(Foto: Chris A. Hughes)
Ao comprar uma câmera fotográfica francesa Richard Verascope de 1914, o fotógrafoChris A. Hughes encontrou no estojo dois pacotes de slides. Após um exame mais atento, ele descobriu que as fotos foram capturadas por um soldado francês durante a Primeira Guerra Mundial.
 
Todos os slides tinham "metadados" rabiscados neles, com datas e locais onde foram tiradas, e notas aleatórias escritas à mão pelo fotógrafo. Algumas fotografias mostram o cotidiano do soldado, enquanto outras são imagens de morte e destruição. O conjunto de imagens pode ser visto no site de Hughes.
 
As fotografias aparecem duplicadas devido a câmera utilizada, um modelo estereoscópico, que cria duas imagens da mesma cena, e quando as imagens são vistas por um visualizador adequado, dão a sensação de que a foto é tridimensional.
 
 Fotografias 'duplas' foram feitas por câmera francesa de 1914 (Foto: Chris A. Hughes) 
Fotografias 'duplas' foram feitas por câmera francesa de 1914
(Foto: Chris A. Hughes)
 
 Uma das fotografias mostram soldados em uma trincheira (Foto: Chris A. Hughes)  
Uma das fotografias mostram soldados em uma trincheira
(Foto: Chris A. Hughes)
 
Após este interessante 'achado', Hughes desenvolveu o que ele chama de uma "estranha obsessão" para encontrar filmes. Ele já era um ávido colecionador de câmeras antigas com mais de 300 câmeras em sua coleção que datam de 1847, mas agora ele mudou seu foco para a busca de câmeras em que o filme ainda esteja dentro do equipamento. Os resultados estão publicados em seu site em que ele mostra a imagem da câmera comprada e o filme encontrado.
 
 Câmera 'Richard Verascope' que foi comprada por Chris A. Hughes (Foto: Chris A. Hughes) 
Câmera 'Richard Verascope' que foi comprada por Chris A. Hughes
(Foto: Chris A. Hughes)
 
Chris A. Hughes e sua coleção de câmeras antigas (Foto: Chris A. Hughes)
Chris A. Hughes e sua coleção de câmeras antigas (Foto: Chris A. Hughes)
 
 
Somente restaram as ruínas da igreja (Foto: Chris A. Hughes)

O sistema de alianças

A Participação  Portuguesa

 

Entre o início da República e o final da Grande Guerra 1914-18, Portugal Continental e Ilhas (Açores, Madeira e Cabo Verde) registaram um número constante de habitantes, aproximadamente 6 milhões. A emigração durante a guerra levou quase meio milhão de portugueses, as epidemias de pneumónica, entre 1918 e 1919, levaram cerca de 100.000 indivíduos e a guerra levou cerca de 10.000 homens. Face a estas situações a década de 1910-19 apresentou um crescimento demográfico de menos de 1%.

A população continental vivia quase toda no campo, apenas 20% vivia em cidades. Mesmo assim 50% da população vivia em Lisboa e Porto.  Assim, nos bastidores da Grande Guerra, Portugal centrava-se nos dois pólos urbanos, culturais e políticos (Lisboa e Porto), os quais representavam a face civilizada e moderna de Portugal, porque as restantes cidades não eram mais do que centros rurais. Historiar os acontecimentos políticos desta época não é mais do que escrever a História de Lisboa e do Porto.

Das decisões resultantes do Governo, do Parlamento ou dos levantamentos militares, com ou sem apoio da população de Lisboa, Portugal entrou na 1ª Guerra Mundial (1914-1918). Defrontou a Alemanha em duas frentes de combate: uma na Europa, em França, e outra em África, em Angola e em Moçambique, para o qual mobilizou 146.800 homens: 56.400 para França, 49.100 para África (18.400 Angola e 30.700 Moçambique), 13.000 para guarnecer as Ilhas, Índia e Timor, e 40.000 para defender a Metrópole.  

Na frente africana as hostilidades iniciaram-se em 1914, quase imediatamente ao início do conflito no teatro europeu, e só terminaram em 1918 com o Armistício. Em Angola, as hostilidades ocorreram no Sul entre 1914 e o 1915, envolvendo acções contra os alemães da colónia alemã da Damaralândia, África Alemã do Sudoeste (actual Namíbia) e indígenas revoltosos. Em Moçambique, as hostilidades desenvolveram-se através de conflitos na fronteira norte, junto ao rio Rovuma, entre 1914 e 1918, zona fronteira com a África Alemã Oriental.

Em França, o Corpo Expedicionário Português combateu no teatro de guerra da Flandres, entre 1917 e 1918, mas o fim da nossa "neutralidade europeia" deu-se em 23 de Fevereiro de 1916, quando Portugal executou o arresto de 70 navios alemães e 2 austro-húngaros que se encontravam surtos em portos portos nacionais.  

O fim da guerra para os combatentes deu-se a 11 de Novembro de 1918, mas para os Governos continuou até mais tarde, quando finalmente se deram por assinados os tratados de paz.

 

A Declaração de Guerra da Alemanha a Portugal

Em 9 de Março de 1916 a Declaração de Guerra da Alemanha a Portugal veio formalizar um conflito que já havia começado há algum tempo entre Portugueses e Alemães.O conflito luso-alemão já vinha sendo travado, há algum tempo, no sul de Angola e norte de Moçambique. Decidindo-se, então, a participação do Corpo Expedicionário Português nas trincheiras da Flandres.

«Senhor Ministro.

Estou encarregado pelo meu alto Governo de fazer a V. Exa. a declaração seguinte:

O Governo português apoiou, desde o começo da guerra. Os inimigos do império Alemão por actos contrários á neutralidade. Em quatro casos foi permitida a passagem de tropas inglesas por Moçambique. Foi proibido abastecer de carvão os navios alemães. Aos navios de guerra ingleses foi permitida uma larga permanência em portos portugueses, contrária à neutralidade, bem como ainda foi consentido que a Inglaterra utilizasse a Madeira como base naval. Canhões e material de guerra de diferentes espécies foram vendidos ás Potências da Entente, e, além disso, á Inglaterra um destruidor de torpedeiros. O arquivo do vice-consulado imperial em Modeles foi apreendido.

Além disso, foram enviadas expedições á África, e foi dito então abertamente que estas eram dirigidas contra a Alemanha.

O governador alemão do distrito. Dr. Schultz-Jena, bem corno dois oficiais e algumas praças, em 19 de Outubro de 1914, na fronteira do Sudoeste Africano alemão e Angola. Foram atraídos, por meio de convite, a Naulila, e ali declarados presos sem motivo justificado, e, como procurassem subtrair-se à prisão, foram, em parte, mortos a tiro enquanto os sobreviventes foram à força feitos prisioneiros.

Seguiram-se medidas de retorção da tropa colonial. A tropa colonial, isolada da Alemanha, precedeu na suposição, originada pelo acto português, de que Portugal se achava em estado de guerra com o Império Alemão. O Governo português fez representações por motivo das últimas ocorrências, sem, todavia, se referir ás primeiras. Nem sequer respondeu ao pedido que apresentámos de ser intermediário numa livre troca de telegramas em cifra com os nossos funcionários coloniais, para esclarecimento do estado da questão.

A imprensa e o Parlamento, durante todo o decurso da guerra, entregaram-se a grosseiras ofensas ao povo alemão, com a complacência, mais ou menos notória, do Governo português. O chefe de Partido dos Evolucionistas pronunciou na sessão do Congresso, de 23 de Novembro de 1914, na presença dos ministros portugueses, assim como na de diplomatas estrangeiros, graves insultos contra o imperador da Alemanha, sem que por parte do presidente da Câmara, ou dalgum dos ministros presentes, se seguisse um protesto. Às suas representações, o enviado imperial recebeu apenas a resposta que no boletim oficial das sessões não se encontrava a passagem em questão.

Contra estas ocorrências protestámos em cada um dos casos em especial, assim como por várias vezes apresentamos as mais sérias representações e tornámos o Governo português responsável por todas as consequências. Não se deu, porém, nenhum remédio. Contudo, o Governo Imperial, considerando com longanimidade a difícil situação de Portugal, evitou então tirar mais sérias consequências da atitude do Governo português.

Por último, a 23 de Fevereiro de 1916, fundada num decreto do mesmo dia, sem que antes tivesse havido negociações, seguiu-se a apreensão dos navios alemães. Sendo estes ocupados militarmente e as tripulações mandadas sair de bordo. Contra esta flagrante violação de direito protestou o Governo Imperial e pediu que fosse levantada a apreensão dos navios.

O Governo português não atendeu este pedido e procurou fundamentar o seu acto violento em considerações jurídicas. Delas tira a conclusão que os nossos navios imobilizados por motivo da guerra nos portos portugueses, em consequência desta imobilização, não estão sujeitos ao artigo 2.º do tratado de comércio e navegação luso-alemão, mas sim à ilimitada soberania de Portugal, e, portanto, ao ilimitado direito de apropriação do Governo português, da mesma forma que qualquer outra propriedade existente no pais. Além disso, opina o Governo português ter procedido adentro dos limites desse artigo, visto a requisição dos navios corresponder a uma urgente necessidade económica, e também no decreto de apropriação estar prevista uma indemnização cujo total deveria mais tarda ser fixado.

Estas considerações aparecem como vazios subterfúgios. O artigo 2.º do tratado do comércio e navegação refere-se a qualquer requisição de propriedade alemã em território português. Pode ainda assim haver dúvidas sobre se a circunstância de os navios alemães se encontrarem pretensamente imobilizados em portos portugueses modificou a sua situação de direito. O Governo português violou, porém, o citado artigo em dois sentidos, primeiramente não se mantém na requisição dentro dos limites traçados no tratado, pois que o artigo 2.º pressupõe a satisfação duma necessidade do Estado, enquanto que a apreensão, como é notório, estendeu-se a um número de navios alemães em desproporção com o que era necessário a Portugal para suprir a falta de tonelagem. Mas, além disso, o mencionado artigo torna a apreensão dos navios dependente dum prévio acordo com os interessados sobre a indemnização a conceder-lhes. Enquanto que o Governo português nem sequer fez a tentativa de se entender, quer directamente, quer por intermédio do Governo alemão, com as companhias de navegação. Desta forma apresenta-se todo o procedimento do Governo português como uma grave violação do Direito e do Tratado.

Por este procedimento o Governo português deu a conhecer que se considera como vassalo da Inglaterra, que subordina todas as outras considerações aos interesses e desejos ingleses. Finalmente a apreensão dos navios realizou-se sob formas em que deve ver-se uma intencional provocação à Alemanha. A bandeira alemã foi arriada dos navios alemães e em seu lugar foi posta a bandeira portuguesa com a flâmula de guerra. O navio almirante salvou por esta ocasião.

O Governo Imperial vê-se forçado a tirar as necessárias consequências do procedimento do Governo português. Considera-se de agora em diante como achando-se em estado de guerra com o Governo português.

Ao levar o que precede, segundo me foi determinado, ao conhecimento de V. Exa. tenho a honra de exprimir a V. Exa. a minha distinta consideração.»

Tradução do texto alemão entregue por Friedrich Von Rosen a Augusto Soares, Ministro Português dos Negócios Estrangeiros

 

Durante o conflito foram estabelecidas duas estações navais no Tejo, a Estação de Submersíveis da Doca de Belém, para albergar os submarinos, e a Estação de Aviação Naval do Bom Sucesso, também em Belém, para albergar os hidroaviões da Marinha.

 

  

 

Marinha de Guerra Portuguesa em 1918

  

  • Cruzadores: "Vasco da Gama", "Almirante Reis", "S. Gabriel", "Adamastor" e "República";

  • Cruzadores Auxiliares: "Pedro Nunes" e "Gil Eannes";

  • Contratorpedeiro da Classe Tejo: "Tejo"

  • Contratorpedeiros da Classe Douro: "Douro", "Guadiana";

  • Torpedeiros: "Nº1", "Nº2", "Nº3" e "Nº4";

  • Aviso: "Cinco de Outubro";

  • Submarino da Classe Espadarte: "Espadarte";

  • Submarinos da Classe Foca: "Foca", "Golfinho" e "Hidra";

  • Lança-minas: "Vulcano" e "Mineiro";

  • Caça-minas: "Galeo", "Thomaz Andrea", "Celestino Soares", "Hermenegildo Capelo", "Açor II", "Manuel de Azevedo Gomes", "Baptista de Andrade" e "Margarida Vitória";

  • Escoltas: "Augusto de Castilho"; "República II" e "Almirante Paço d'Arcos";

  • Vapor de Salvação: "Patrão Lopes";

  • Transportes: "Salvador Correia";

  • Rebocadores: "Bérrio" e "Lidador";

  • Navio-Escola: Fragata "D. Fernando II e Glória".

  • Canhoneiras da Classe Beira: "Beira", "Ibo", "Mandovi", "Bengo" e "Quanza";

  • Canhoneiras: "Save", "Lúrio", "Pátria", "Chaimite", "Diu", "Limpopo", "Zambeze", "Açor" e "Rio Sado";

  • Lanchas-canhoneiras: "Tete", "Sena", "Macau", "Flecha", "Zagaia", "Cacheu" e "Rio Minho";

  • Transportes: "Chinde", "Pébane" e "Pungué".

1ª Esquadrilha de Submarinos da Armada Portuguesa em exercícios no Tejo

1º Ataque Alemão à Ilha da Madeira

 

Entre outros navios, encontrava-se na baía do Funchal o "Surprise", o "Kangoroo" e o "Dacia". O "Dacia" era um navio de lançamento de cabos submarinos que se encontrava a trabalhar na área compreendida entre Casa Blanca e Dakar. Os outros dois navios tinham a função de auxiliar e de escolta.

 

A 3 de Dezembro de 1916 aconteceu o primeiro ataque à Ilha da Madeira, através de um torpedeamento de navios fundeados na baía do Funchal e de um bombardeamento à cidade. Os prejuízos matérias e humanos foram elevados, saldando-se no afundamento de quatro navios, a canhoneira francesa "Surprise" de 680 toneladas, o porta-submarinos francês "Kanguroo" de 2.493 toneladas pertencente à casa Scheneider, o lança cabo submarino inglês "Dacia" de 1.856 toneladas e a barcaça portuguesa que estava a abastecer o "Surprise" de carvão. Neste ataque morreram 33 membros das tripulações estrangeiras e 8 portugueses que trabalhavam na empresa Blandy que detinha o negócio do carvão.

 

O ataque alemão teve início às 8:30 horas da manhã com o torpedeamento dos três navios das forças aliadas e uma barcaça de transporte de carvão, respectivamente, por ordem de torpedeamento, a "Surprise", a barcaça, o "Kanguroo"e o "Dacia", quando estes se encontravam ancorados no Porto do Funchal.

 

O torpedo que atingiu o "Surprise" acertou-lhe a meia nau, na altura do paiol de munições, partindo-o ao meio e fazendo-o submergir em menos de um minuto, causando a morte do comandante Capitão Ladonne, outros dois oficiais e 26 outros membros da tripulação. A barcaça que se encontrava amarrada à canhoneira também se afundou, tendo morrido oito homens e ficado feridos quatro que se encontravam a carregar carvão na "Surprise". Existe uma bóia de salvação da canhoneira no museu da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, peça de inventário n.º 479.

 

O "Kanguroo", que se encontrava fundeado na baía do Funchal desde 24 de Novembro de 1916 para reparações, fez fogo com uma peça de proa de 65mm, manobrada pelo próprio comandante da "Kanguroo", tendo disparado 25 tiros sobre o submarino até o navio se afundar por completo. Existe uma bóia de salvação da canhoneira no museu da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, peça de inventário n.º 480.

 

O "Dacia" tinha acabado de chegar ao porto do Funchal, escoltado pela "Surprise" pelo que se deduz que o submarino terá vindo em perseguição destes dois navios, uma vez que a "Surprise" e o "Dacia" tinham chegado ao porto meia hora antes do início do ataque. O "Dacia" foi torpedeado depois do "Kanguroo", mas afundou-se antes deste. Neste navio não houve perdas pessoais, porque alertados pelos torpedeamentos anteriores abandonaram o navio.Existe uma bóia de salvação da canhoneira no museu da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, peça de inventário n.º 481.

 

O submarino executou um bombardeamento à cidade, com cerca de 50 disparos foi feito à distância de cerca de 2 milhas e que  durou até às 11 horas. Os alvos foram a Bateria de artilharia que se encontrava no parque do Casino da Quinta da Vigia,  a Bateria de artilharia do Forte de São Tiago, a Estação do Cabo Submarino e os geradores de electricidade. Algumas das granadas atingiram a casa Blandy, a residência Perestrelo, o coreto do Jardim Municipal e uma casa de bordados, não tendo causado vitimas para além das causada no porto. (3)

 

 

  

 

 

  

 

 

  

 

Durante o ataque as baterias de artilharia de terra ripostaram, tendo sido disparados da Bateria do Forte de São Tiago 18 tiros e da Bateria do parque do Casino da Quinta da Vigia 34 tiros, nenhum deles tendo atingindo o submarino, por este se encontrar fora do alcance das suas armas. Submarino alemão U38 que atacou os navios e a cidade era comandado por Max Valentiner e estava equipado com um canhão de 105mm, quatro tubos lança torpedos e seis

torpedos.(1)

 

 Canhoneira francesa "La Surprise". Afundada na Baía do Funchal a 3 de Dezembro de 1916, pelo U38      Porta-submarinos francês "Kangoroo". Afundado na Baía do Funchal a 3 de Dezembro de 1916, pelo U38  

 

Mais tarde o Capitão-de-mar-e-guerra Artur Leonel Barbosa Carmona, à data capitão do porto do Funchal, ofereceu ao museu da Liga dos Combatentes da Grande Guerra a cauda do torpedo que afundou a canhoneira francesa "Surprise", peça de inventário n.º 545. Esta foi retirada em conjunto com alguns outros destroços do "Surprise" quando cinco meses mais tarde se fizeram trabalhos de levantamento de destroços dos navios afundados: "Surprise", "Kanguroo" e "Dacia".

 

           Bóias dos navios afundados "SURPRISE", KANGUROO" e "DACIA", em 3 de Dezembro de 1916, na Baía do Funchal. Catálogo, n.º 479, Museu LCGG, Lisboa 

 

Treze dias depois, a 16 de Dezembro de 1916 o submarino U38 voltou a bombardear o Funchal, não causando qualquer estrago nos navios que se encontravam fundeados na baía, mas causando o pânico entre a população. 

 

No mesmo dia chegou ao porto do Funchal o Cruzador auxiliar "NRP Gil Eanes" que escoltava o vapor "África" que transportava passageiros com destino a Angola e Moçambique.

 

A 27 de Dezembro saiu do Tejo o Cruzador auxiliar "NRP Pedro Nunes" com destino ao Funchal, onde chegou a 31 de Dezembro, com um reforço de dois oficiais, seis sargentos, 28 praças e nove peças de artilharia. Foi neste navio que regressaram os náufragos franceses a Lisboa, a 4 de Janeiro de 1917.

 

1º Ataque Alemão aos Açores

 

Em Dezembro de 1916 a cidade da Horta, na Ilha do Faial, foi rondada por um submarino alemão cuja identificação se desconhece. A razão deste ataque terá sido devido à existência de instalações de amarração do cabo submarino de comunicações que ali estava ligado. A situação não terá tido repercussões de maior, uma vez que não se encontram registos ao nível da comunicação social continental da época.

 

  

 

 

1917

 

2º Ataque Alemão aos Açores (Caso Orion)

 

O ataque ocorreu em Ponta Delgada, a  4 de Julho de 1917, por volta das cinco horas da manhã. Em telegrama expedido ao Ministro da Guerra, o comandante militar de Ponta Delgada informava-o que um submarino inimigo de grandes dimensões havia bombardeado terra em repetidos e intermitentes ataques, atingindo os arredores da cidade até aproximadamente 4 km da costa. Parece que havia a intenção de atingir o posto de TSF que estava instalado no Ramalho. O submarino alemão disparou 50 tiros com os seus dois canhões de 150mm sobre a ilha.

        Casa do Sr. Francisco do Rego atingida por uma das granadas do submario em 4 de Julho de 1917, Ilustração Portuguesa n.º 600   

Dois tiros caíram na Canada do Pilar, na Fajã de Cima, onde provocaram a morte de Tomásia Pacheco de 16 anos de idade, filha de João Pacheco e  ferimentos com gravidade a sua irmã Maria Pacheco, Maria Júlia Carreiro de 45 anos e sua filha Henriqueta da Conceição Machado de 18 e Joaquim Machado. (24)

 

Outros tiros caíram na Fajã de Baixo, na Serra Gorda, em Arribanas, em Pau Amarelo, Santa Clara, Canada do Paim, Recantos dos Arrifes e em São Gonçalo. 

 

          Pedaços de uma das granadas que caiu na Canada do Pilar,  Ilustração Portuguesa n.º 600 

                Pedaços de uma das granadas que caiu na Canada do Pilar, Ilustração Portuguesa n.º 600

 

Casa do Sr. Francisco do Rego atingida por uma das granadas do submarino em 4 de Julho de 1917, Ilustração Portuguesa n.º 600

 

 

 

 

 

 

Maria Pacheco (ferida), irmã de Tomásia morta no bombardeamento, Ilustração Portuguesa n.º 601

 

Quando o submarino alemão U-155 abriu fogo contra a cidade de Ponta Delgada, a bateria instalada na Mãe de Deus, sob o comando do Alferes António Francisco Castilho da Costa, respondeu assim que o submarino entrou no seu campo de tiro apesar da distância a que este disparava sobre Ponta Delgada, a mais de 6.000m, o que fez com que não terminasse o fogo após quatro tiros. (11)

 

  

 

Em 1923, foi publicado um artigo por Manuel Martins Soeiro, dos Mosteiros, que questionava a posição geral sobre a influência do "USS Orion" no afastamento do submarino alemão, argumentando que o submarino não conhecia o calibre da Bateria da Mãe de Deus (100mm) e que este poderia temer a correcção do tiro.(7) 

 

  

 

O "USS Orion", um navio norte-americano que trouxera o primeiro carregamento de carvão americano para São Miguel e que estava a ser reparado com a ré soerguida, que ripostou com eficácia sobre o submarino alemão com uma peça de tiro rápido (100mm) que dispunha a bordo.

 

Na foto retrata-se o Capitão-tenente John H. Boesch, da USNRF, junto ao canhão que disparou sobre o submarino.
 

O "Diário dos Açores" de 4 de Julho, refere que foram 8 tiros disparados pelo submarino sobre o porto de Ponta Delgada, 4 disparados da Bateria da Mãe de Deus e 15 disparados de bordo do "USS Orion".

 

O submarino efectuou um novo ataque por volta das 4 horas da tarde sobre Ponta Delgada (in Os Açores & O Controlo do Atlântico, páginas 113-115, edição 1993) e mantêm-se por perto até às 9 horas da noite, quando se afasta em direcção de Santa Maria.

 

Foi na sequência deste ataque que os Estados Unidos decidiram reforçar a guarnição da Base Americana com uma companhia de Marines.

 

A população açoriana ficou convencida que a sua defesa apenas poderia ser garantida pelas forças dos Estados Unidos ali presentes. Houve de imediato um voto de louvor da Junta Geral àquelas forças e a Câmara de Ponta Delgada abriu uma subscrição pública para a compra de uma prenda a oferecer ao comandante do "USS Orion". O "Diário dos Açores" de 21 de Agosto de 1917, escrevia que a admiração da população era tal que um escasso mês volvido já se vendiam em Ponta Delgada cigarros de fabrico local com a marca Orion.

 

Face à ajuda americana, imediata e eficaz, embora acidental e à frequente visita de navios de guerra americanos ao porto artificial de Ponta Delgada, a população ganhou um sentimento de segurança com a presença americana.

 

O Jornal "Diário dos Açores" manteve uma campanha de protesto contra a situação de insegurança e de abandono que se sentia por parte da administração central, em Lisboa, reflexo da vontade da população se aproximar aos Estados Unidos com a presença da Base Americana. Esta campanha manteve-se durante o mês de Julho de 1917 até que o empolamento da opinião pública levou a que aparecessem manifestações de protesto.

 

A 27 de Julho a censura fez publicar no jornal uma coluna em branco e a juntar à situação aconteceu também uma desordem entre a população local e os marinheiros americanos, que foi abortada por um disparo de canhão a bordo do "USS Orion" e que funcionou como alarme de recolha de todos os marinheiros à Base. Esta campanha contra a administração central só terminou quando em 7 de Agosto o jornal publicou que o governador civil António Rodrigues Salgado se encontrava demissionário.

 

O reconhecimento da população açoriana e do Governo português pela actuação da tripulação do "USS Orion", em 4 de Julho de 1917, de levou a que em 8 de Abril de 1923, no porto de Boston, os oficiais e marinheiros colectivamente tivessem sido agraciados com a Ordem da Torre e Espada. Na foto vê-se o "USS Orion" por detrás da tripulação.

 

  

Documentário alemão 1918, duração 05:20, sem som.

Filmado a bordo do U-139, quando do combate com o NRP Augusto Castilho.

ID CP-MC: 2000882-008-00.36.13.00

A Europa e seus novos países ao final da 1ª Guerra