HOLOCAUSTO

24-02-2012 23:16

A palavra holocausto deriva da combinação de dois termos gregos, holo (todo) e caustos (queimado). Originalmente, como ainda hoje, designava um ritual religioso onde uma oferenda era consumida pelo fogo. Entre os judeus, essa oferenda era um animal, normalmente um ovino. Nos tempos modernos a palavra holocausto é utilizada para identificar um devastador desastre humano: a palavra identifica, assim, o genocídio do povo judaico pela Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial.
No século XIX as comunidades judaicas de muitos países da Europa tinham atingido o respeito e um estatuto quase de igualdade relativamente às outras comunidades coabitantes nos seus países. Contudo, por vezes, os Judeus eram assediados por grupos anti-semíticos. Nas primeiras décadas do século XX, perante as graves dificuldades sócio-económicas sentidas, esta situação viria a agravar-se.
Quando o regime nazi se instalou na Alemanha, em Janeiro de 1933, foram de imediato lançadas medidas anti-semíticas. Por exemplo, o estatuto de judeu foi redefinido e obrigava à determinação da religião dos avós: qualquer indivíduo que tivesse algumas gerações de antepassados judaicos era logo rotulado como judeu, independentemente de pertencer ou não a uma comunidade judaica. Mas o processo era muito mais complexo. Por exemplo, havia os meios judeus. Estes eram apenas considerados judeus se pertencessem a essa religião, ou se se casassem com uma pessoa dessa raça e credo. Todos os outros meio-judeus e pessoas que tinham um só avó judeu eram chamados Mischlinge. Esta importância que os nazis atribuíam à descendência era tida como uma forma de afirmação da raça, mas mais do que isso, era um meio de identificar e delimitar os alvos das leis discriminatórias.
Entre 1933 e 1939, o Partido Nazi, aliado a Agências Governamentais e aos Bancos, obrigou ao afastamento dos judeus de toda a vida económica. Os indivíduos considerados não arianos eram destituídos dos postos nos serviços públicos, as empresas judaicas foram fechadas ou vendidas por um preço inferior ao razoável e entregues a outras companhias que eram pertença ou administradas por não-judeus.
Neste processo de "arianização", as empresas e os negócios dos Judeus transitaram para donos germânicos, com as poupanças e lucros destas vendas "amealhados" pelos hebreus a serem também abrangidos por pesadas taxas especiais.
Em Novembro de 1938, o assassinato de um diplomata alemão em Paris, perpetrado por um jovem judeu, motivou o incêndio de todas as sinagogas na Alemanha, bem como a detenção de centenas de elementos judaicos e a destruição de muitas montras das suas lojas, numa noite conhecida como a Kristallnacht. Esta noite seria o aviso para os Judeus da Alemanha e da Áustria emigrarem. Algumas centenas de milhares de pessoas procuraram refugiar-se noutros países, mas um considerável número de judeus, sobretudo os mais velhos e os mais pobres, permaneceram na Alemanha.
Com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, o exército alemão ocupou a parte ocidental da Polónia e assim passou a exercer o seu domínio sobre mais 2 milhões de judeus, que foram atingidos por restrições ainda mais rígidas do que as dos seus congéneres alemães.
Os Judeus polacos foram encerrados em ghettos, limitados por arame farpado, chefiados por um conselho responsável pelo alojamento, condições sanitárias e actividades produtivas. A comida e o carvão entrava nos ghettos, de onde saíam produtos manufacturados para o exterior. A escassa alimentação, também pouco calórica, era por vezes completada por alimentos obtidos no mercado negro, onde atingiam preços muito elevados. O alojamento era também insuficiente para o número de pessoas concentradas nestas verdadeiras prisões, onde se propagava o tifo e outras doenças.
Em Junho de 1941, os exércitos alemães invadiram a União Soviética (URSS), ao mesmo tempo que as SS, as unidades de ''choque'' da polícia do Partido Nazi, enviavam 3000 soldados ''especializados'' para a URSS para liquidar todos os judeus na região - um dos mais importantes dirigentes das SS foi o coronel Adolf Eichmann, que na década de 60 foi julgado e executado em Israel (cinicamente, Eichmann declarou perante os juízes que só lamentava o facto de ter conseguido eliminar seis milhões de judeus e não os doze milhões que constavam das suas previsões iniciais).
Estes esquadrões, os Einsatzgruppen, faziam os seus massacres em valas e ravinas perto das cidades russas, sob os olhares de soldados e residentes. Somente muito tempo depois é que os rumores desses horrores chegaram até à comunidade internacional.
Um mês depois destas operações na URSS, no Verão de 1941, Hermann Goering, a segunda figura na hierarquia do regime, enviou uma directiva para o líder da Segurança do Reich, Reinhard Heydrich, incumbindo-o de organizar a "Solução Final" da questão judaica, para a totalidade da Europa dominada pelos nazis.
Em Setembro de 1941, os judeus da Alemanha foram forçados a usar uma estrela amarela e, meses depois, milhares de pessoas foram deportadas para os campos da Polónia e para cidades tomadas aos russos. Era a preparação dos campos de concentração, dos tristemente célebres "campos de morte".
Estes campos, construídos principalmente na Polónia, estavam apetrechados com equipamentos especiais de gás para matar os judeus e eram ocupados por indivíduos vindos dos campos das imediações; por exemplo, só do ghetto de Varsóvia vieram aproximadamente 300 000 prisioneiros. Nas primeiras viagens eram deportadas as mulheres, as crianças e os idosos, que não eram tão produtivos quanto os homens. Os judeus em condições para trabalhar ficavam nas fábricas, mas também acabariam por ser mortos mais tarde.
O maior volume de deportações ocorreu nas estações do Verão e do Outono de 1942, numa altura em que começaram a chegar algumas notícias dos massacres à Grã-Bretanha e aos Estados Unidos. Em Abril de 1943, os judeus que ainda sobreviviam em Varsóvia, ofereceram resistência aos alemães durante três semanas, no célebre motim do ghetto da capital polaca.
Estas deportações geraram alguns problemas políticos e administrativos aos nazis. Nos países satélites da Alemanha, como a Eslováquia e a Croácia, eram feitas negociações para efectuar as deportações. Na França Livre, o governo de Vichy, que tinha adoptado as leis anti-semíticas, deu início às detenções antes até que a Alemanha o solicitasse. O governo fascista italiano, no entanto, recusou-se a cooperar até ao dia que o país foi ocupado pelas tropas do Reich, em 1943, o mesmo sucedendo com a Hungria, obrigada a colaborar quando foi invadida em Março de 1944. A Roménia, um país colaborador no massacre de judeus na URSS, também recusou entregar os seus judeus. Na Dinamarca, o povo resolveu salvar os judeus, ao transportar muitos deles para a Suécia, um país neutro.
Sempre que possível, os alemães recolhiam os pertences dos deportados, tanto na Alemanha como em países como a França, a Bélgica e a Holanda.
O transporte dos judeus para os campos de concentração era feito normalmente de comboio, tendo a polícia que pagar ao estado alemão uma viagem de terceira classe (apenas de ida) por cada deportado. Quando o número era macabramente igual ou superior a 1000, as pessoas enchiam os vagões mediante metade da tarifa. Nestas viagens morosas, muitos idosos e crianças morriam.
Na Polónia, os pontos de chegada destes comboios eram em Kulmhof, Belzec, Sobibor, Treblinka, Lublin, e Auschwitz (em polaco, Oswiecim). Kulmhof tinha câmaras de gás; em Belzec havia equipamentos de monóxido de carbono; em Lublin os deportados foram gaseados ou simplesmente abatidos e em Aushwitz mais de um milhão de judeus sucumbiu nas câmaras de gás. Auschwitz era composto por vários campos prisionais. À entrada do perímetro desses campos, junto à estação de comboio, ainda se lê a inscrição com que os nazis saudavam os judeus: Arbeit macht freie (o trabalho liberta).
Este último campo de concentração ficava perto de Cracóvia, e ao contrário dos outros campos, nele era utilizado um gás de rápido efeito: o cianeto de hidrogénio. As suas vítimas vinham de todos os países da Europa ocupada ou pró-nazi, da Noruega à Grécia; eram judeus e não judeus que, em muitos casos, foram sujeitos a experiências médicas, em particular a esterilizações. Alguns milhares foram utilizados pelo notório Dr. Joseph Mengele (o Anjo da Morte de Auschwitz) em experiências médicas macabras e degradantes, acabando igualmente nas câmaras de gás, quando não sucumbiam durante as próprias experiências. Se, nalguns casos, estas cobaias humanas eram utilizadas, contrariando os ditames da ética médica, como puros e simples animais de laboratório, em tentativas de encontrar vacinas ou outros tratamentos específicos para epidemias que atingiam os militares alemães, noutros casos não passavam de vítimas da demência de alguns homens e da brutalidade desumana do próprio sistema.
Embora só os judeus e os ciganos fossem sistematicamente mortos com gás, muitos dos outros prisioneiros morreram de fome, de doença ou foram pura e simplesmente abatidos. Para apagar os vestígios destes horrores foram construídos fornos crematórios para incinerar os corpos depois do extermínio com o gás.
Em 1944, este campo foi fotografado pelos Aliados que procuravam alvos industriais. As suas fábricas (nomeadamente da I. G. Farben, de produtos químicos) foram bombardeadas, mas não as câmaras de gás.
Esta política de genocídio, sem paralelo na História anterior da Humanidade pelo carácter sistemático do seu planeamento e da sua execução e pelo saldo em termos demográficos, encontrou algumas resistências significativas, que não se podem deixar de registar, apesar do seu carácter disperso: constituição de redes clandestinas de emigração (que, por exemplo, trouxeram muitos fugitivos judeus para Portugal, de onde partiam depois para a América), apoio de diplomatas sensíveis aos direitos humanos (por vezes contrariando as instruções dos seus governos, como o cônsul português Aristides de Sousa Mendes, que salvou alguns milhares de pessoas) e levantamentos armados, em desespero de causa, de algumas comunidades judaicas (o mais célebre dos quais foi a revolta do Gueto de Varsóvia).
Tropas americanas à chegada a um campo de concentração
No final da Segunda Guerra Mundial, milhões de judeus, eslavos, ciganos, Testemunhas de Jeová e comunistas, entre muitos outros, haviam perecido no Holocausto. Estima-se que pereceram às mãos dos nazis mais de 5 milhões de judeus, 3 milhões dos quais em campos de extermínio, 1,4 milhões em operações de fuzilamento e mais de 600 000 nos ghettos.
Depois do fim da guerra, os Aliados, enquanto forças vitoriosas, fizeram uma grande pressão para se estabelecer a pátria judaica para os sobreviventes do Holocausto. Passados 3 anos após a derrota alemã foi formado o estado sionista de Israel, a terra prometida dos judeus.
Como referenciar este artigo:
Holocausto. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-01-22]. 

 

 

O HOLOCAUSTO NAZI

 

O Holocausto Nazi consistiu em por em prática um plano de genocídio da população Judaica .

Em 1933 a vida dos Judeus era normal e estável, ou seja, iam à escola, brincavam, iam ao teatro, cinema, tinham os seus negócios e tudo que um cidadão alemão fazia.

No mesmo ano, em 30 de Janeiro, Hitler chega ao poder como Chanceler da Alemanha. Ressentido pela humilhação do Tratado de Versalhes, pois a Alemanha foi obrigada a pagar elevadas indemnizações, a perder as colónias, não podia possuir exército e nem qualquer tipo de fortificações e, como qualquer outro país, estava em dificuldades depois da Depressão, Hitler prometeu "rasgar" o Tratado e acreditava na superioridade da raça Ariana .


Com a subida de Hitler ao poder estava instalada na Alemanha uma ditadura absoluta, que era alimentada por uma ideologia nazi racista (só existe uma raça superior - a raça ariana . As outras raças eram um factor de perturbação na sociedade e haveria que destrui-las ou então teriam de servir a raça superior), com isto começa uma perseguição aos Judeus .

As SS haviam sido criadas como guarda pessoal de Hitler e seriam a vanguarda do movimento nazi para confirmar o povo alemão como raça superior. O chefe das SS (Himmler) pediu aos alemães que seguissem as teorias genéticas nazis e melhorassem a raça. O Estado concedia empréstimos para encorajar os casais a terem mais filhos e as mães com muitos filhos recebiam medalhas.

Os judeus começam por ser obrigados a registarem-se e a usar uma ligadura com uma estrela de David amarela no braço, para não se confundirem com a raça Alemã e para mais facilmente serem identificados.

Pelas ruas Alemãs vêem-se as primeiras frases contra os judeus como: "Nicht für Juden", (interdito a judeus ) ou "porcos Judeus". Estes vêem a sua vida a entrar num beco sem saída, pois são constantemente perseguidos, humilhados e mal tratados na rua. Por exemplo, os alemães iam buscar raparigas judias a casa e obrigavam-nas a esfregar as ruas, escolhiam homens ao acaso e espancavam-nos à frente de todos os Alemães, que se limitavam a assistir.

Os judeus que tinham possibilidades tomavam as devidas precauções para conseguir sair do país. Quanto aos outros teriam que se sujeitar ao domínio de Hitler.


Em 1933/35 são publicadas as leis raciais e são retiradas as lojas e negócios aos judeus, os médicos são proibidos de exercer a sua profissão, nenhum judeu pode ter um cargo político e é lhes retirado o direito de cidadão, ou seja, não são considerados cidadãos alemães.


Em 1938 dá-se a "Kristallnacht", (Noite de Cristal), mais de 200 sinagogas são destruídas, 7500 lojas fechadas, 30 000 judeus do sexo do masculino enviados para campos de concentração. Neste mesmo ano, foram construídos os primeiros ghettos na Alemanha, onde isolavam os judeus do mundo exterior (separados por um muro). Cerca de 600 000 judeus morreram em ghettos com fome e doenças .

Hitler decide então começar a eliminar em maior número os judeus. Para isso os Einsatzgruppen capturavam e levavam os judeus para valas, onde eram obrigados a despirem-se, para em seguida serem mortos a sangue frio. Nestes momentos a dor, o choro, os gritos e os tiros misturavam-se no ar . É então que em 1941 se encontra a "Solução Final"


Os Judeus eram capturados e levados em comboios para os campos de concentração. O que ficou mais conhecido foi o de Auschwitz. Mas muitos deles não conseguiam chegar com vida, pois morriam com doenças e fome, porque a viagem era muito longa e as condições higiénicas não eram as melhores, visto que viajavam em vagões para o gado, apinhados e só havia um balde para as necessidades. Não havia água nem alimentos. Com isto muitos judeus morriam ou adoeciam. Quanto aos outros (aqueles que aguentavam a viagem) não sabiam para onde iam nem o que os esperava embora lhes tivesse sido dito quando embarcaram nos comboios que iam emigrar para trabalhar no Leste da Europa.


Chegados aos campos eram separados por filas de mulheres, outras de homens e de crianças. Aqueles que estavam em condições físicas iriam trabalhar, (pensando que iriam sobreviver), os outros seriam imediatamente mortos. Os judeus eram levados para as câmaras de gás, onde se despiam e em seguida eram mortos com gás. Depois os corpos eram queimados em crematórios ou então faziam-se algumas atrocidades, como : utilização da pele para candeeiros ou experiências médicas com as crianças

 

Auschwitz

// Informações relativas ao campo de concentração de Auschwitz.

Encontra-se nas proximidades de Cracóvia, na Polónia, utilizado pelos nazis durante a Segunda Grande Guerra como parte do plano Solução Final.

Os nazis construíram Auschwitz em Abril de 1940 sob a direcção de Heinrich Himmler, chefe de duas organizações nazis (as SS e a polícia secreta Gestapo). O campo de Auschwitz, inicialmente, mantinha prisioneiros políticos da Polónia ocupada vindos de outros campos de concentração da Alemanha. A construção de Birkenau (a poucos quilómetros de distância de Auschwitz), também conhecido por Auschwitz II, iniciou-se em Outubro de 1941 e incluiu uma secção feminina a partir de Agosto de 1942. Birkenau tinha quatro câmaras de gás, desenhadas com o objectivo de se assemelharem a chuveiros, e quatro fornos crematórios, usados para incinerar os cadáveres. Cerca 40 campos satélite foram construídos nas redondezas de Auschwitz, sendo campos de trabalho e conhecidos por Auschwitz III. O primeiro foi construído em Monowitz e mantinha polacos que tinham sido forçados pelos nazis a abandonar as suas cidades.

Os prisioneiros eram transportados por comboio de toda a Europa sob a ocupação nazi. Chegados ao complexo eram divididos em três grupos. Um grupo, passadas algumas horas, era levado para Birkenau, onde era possível de gasear e cremar cerca de 20.000 pessoas num só dia. Em Birkenau, os nazis usavam um gás designado por Zyklon-B nas câmaras de gás. Um segundo grupo de prisioneiros era usado para trabalho escravo em fábricas como as companhias I.G. Farben e Krupp (armamento), tendo sido, no complexo de Auschwitz, registados 405.000 prisioneiros nessa situação entre 1940 e 1945. Destes, cerca de 340.000 pereceram devido a execuções, maus tratos, fome e doenças. Alguns prisioneiros sobreviveram, com a ajuda do industrial alemão Oskar Schindler, que salvou aproximadamente 1.000 judeus polacos ao fazer deles seus trabalhadores na sua primeira fábrica perto de Cracóvia e, mais tarde, na Checoslováquia. O terceiro grupo, a maioria gémeos e anões, era usado para experiências médicas por parte de médicos, tal como, Josef Mengele, também conhecido por Anjo da Morte.

Os funcionários do campo eram, em grande parte, prisioneiros. Alguns deles eram seleccionados para serem vigilantes (Kapos) e outros para serem trabalhadores nos crematórios (sonderkommandos) existentes no campo, sendo membros destes grupos mortos periodicamente. Os prisioneiros eram controlados pelos membros das SS, existindo ao todo 6.000 a trabalhar no campo de Auschwitz.

Em 1943, as organizações de resistência começaram a organizar-se no campo de concentração. Estas organizações auxiliavam a fuga de alguns prisioneiros, sendo provenientes dos fugitivos notícias de extermínios em massa tal como a morte de centenas de milhar de judeus vindos da Hungria entre Maio e Julho de 1944. Em Outubro de 1944 um grupo de trabalhadores dos crematórios destruíram uma das câmaras de gás do campo de Birkenau. Eles e os respectivos cúmplices, como um grupo de mulheres do campo de trabalho de Monowitz foram assassinados.

Quando o exército soviético libertou o campo de Auschwitz a 27 de Janeiro de 1945, encontraram cerca de 7.600 sobreviventes aí abandonados. Mais de 58.000 prisioneiros haviam sido evacuados pelos nazis e, finalmente, mortos na Alemanha.

Em 1946 a Polónia fundou o museu no local do campo de concentração de Auschwitz em memória das respectivas vítimas. Em 1994, cerca de 22 milhões de visitantes (700.000 anualmente) tinham então trespassado o portão onde foi escrito, cinicamente: O trabalho liberta.

Treblinka

 

 

O campo de extermínio de Treblinka foi o maior campo de concentração nazi. Situava-se próximo do caminho-de-ferro, junto da povoação de Treblinka, entre as cidades polacas de Siedlce e Malkinia, a nordeste de Varsóvia. O espaço era dividido em dois campos distintos: um deles, de menor dimensão (Treblinka I), destinava-se ao trabalho forçado, e o outro (Treblinka II) era utilizado para o extermínio de judeus.

O campo de extermínio de Treblinka no qual centenas de milhar de judeus foram assassinados foi construído na Primavera de 1942 próximo de um campo de trabalhos forçados, ocupando uma área de cerca de 17 hectares. O campo era cercado por muito arame farpado e camuflado por uma densa floresta, ocultando o que se passava dentro do campo. No exterior do campo foram, igualmente, colocados obstáculos anti-tanque. Torres de vigia foram distribuídas ao longo da vedação.

O campo de Treblinka foi inicialmente supervisionado pelo SS-Obersturmfuhrer Imfried Eberl. No entanto, SS-Obersturmfuhrer Franz Stangl substituiu-o em Agosto de 1942, fazendo-se acompanhar por Kurt Franz que ficou com o cargo de vice-comandante.

Os primeiros prisioneiros destinados a serem mortos vieram transportados por comboio, tendo chegado ao campo de Treblinka no dia 22 de Junho de 1942, sendo que a partir de então a chegada de novos prisioneiros era constante.

Eram rapadas as cabeças às mulheres. Os homens, mulheres e crianças nuas eram transportados para as câmaras de gás, sendo dito que iam tomar banho.

Nas entradas das câmaras de gás era habitual encontrarem-se alguns ucranianos que, cruelmente, obrigavam os prisioneiros a entrarem nessas mesmas câmaras de gás recorrendo a alguns cães. Para além disso, os prisioneiros eram, por vezes, golpeados por facas por parte destes guardas. As vítimas dirigiam-se para as câmaras de gás com as mãos levantadas, por forma a que coubesse o máximo de pessoas dentro da câmara.

O processo de gaseificação nas câmaras durava aproximadamente 15 minutos. Após ter sido observado o estado das vítimas através de uma pequena janela eram abertas as portas exteriores do edifício, sendo que os corpos caíam no chão. De imediato, os trabalhadores removiam os corpos, preparando a câmara para o grupo de prisioneiros seguinte.

Inicialmente, os cadáveres eram empilhados num foço, sendo mais tarde queimados. Entre o momento da chegada do comboio ao campo até ao fim do processo de gaseificação passavam somente algumas horas. Quando questionado no seu julgamento acerca do número que pessoas que eram mortas em apenas um dia, Franz Stangl, comandante do campo de Treblinka, respondeu:

A respeito da pergunta do número exacto de pessoas gaseificadas num dia, eu posso indicar que de acordo com a minha estimativa o conjunto de 3.000 pessoas transportadas em cerca de trinta vagões era liquidado em três horas. Quando o trabalho durava quatorze horas, 12.000 a 15.000 prisioneiros eras aniquilados. Havia muitos dias em que o trabalho durava da manhã à noite... Eu não fiz nada a ninguém que não fosse o meu dever. Tenho a consciência limpa.

Treblinka era sem dúvida alguma um local de execução em massa ? um campo de extermínio como Auschwitz. Depois do início de 1943 o número de carregamentos começou a diminuir. Em Fevereiro ou Março desse mesmo ano, Himmler visitou Treblinka, tendo ordenado a destruição de todos os vestígios de crime, tendo sido necessária a cremação de todos os cadáveres.

Estimou-se que cerca de 850.000 pessoas foram brutalmente assassinadas no campo de Treblinka. Foram mortos judeus dos territórios ocupados da Polónia, Checoslováquia, França, Grécia, Jugoslávia e URSS, assim como da Alemanha e Áustria. Os ciganos polacos e alemães foram, igualmente, enviados e mortos em Treblinka.

O campo de extermínio de Treblinka foi, finalmente, encerrado em Novembro de 1943.

Legenda do mapa do campo de concentração:

  1. Entrada do campo próxima da rua Seidel
  2. Sala de guardas perto da entrada
  3. Aposentos das SS
  4. Armazém de armas
  5. Bomba de gasolina
  6. Garagem
  7. Entrada para a Praça da Estação
  8. Quarto de Franz Stangl
  9. Serviços das SS (barbearia, médico e dentista)
  10. Aposentos dos funcionários do campo
  11. Padaria
  12. Mercado
  13. Aposentos dos judeus previligiados
  14. Quartos dos ucranianos
  15. Jardim Zoológico
  16. Estábulos, gaiola das galinhas e pocilga
  17. Quartos dos Capos, mulheres, alfaiate, sapataria e carpintaria
  18. Cozinha dos prisioneiros
  19. Quartos para os prisioneiros do sexo masculino, lavandaria e armazém de ferramentas
  20. Ferreiro
  21. Latrina
  22. Praça das chamadas dos prisioneiros
  23. Plataforma da estação
  24. Armazém para os objectos retirados dos prisioneiros
  25. Praça de deportações
  26. Local onde as prisioneiras se despiam
  27. Local onde o cabelo das prisioneiras era cortado
  28. Local onde os prisioneiros se despiam
  29. Área de recepção de novos prisioneiros
  30. Local de execuções ('Lazarett')
  31. 'O Tubo' - caminho para as câmaras de gás
  32. As mais recentes câmaras de gás (10 câmaras)
  33. As mais antigas câmaras de gás (3 câmaras)
  34. Valas comuns
  35. Crematórios
  36. Quartos, cozinha e latrinas dos prisioneiros

 

 

 

 

Dachau

Dachau é uma cidade alemã, na Baviera (a 16 km a norte de Munique), que foi a sede do primeiro campo de concentração nazi. O campo de concentração de Dachau, construído em 1933, tornou-se o modelo e o centro da organização dos futuros campos de concentração nazis que se espalharam por uma boa parte da Europa. Para além disso, este campo de concentração funcionou como campo de detenção, trabalhos forçados, tendo por ele passado cerca de 160.000 prisioneiros e, como centro de pesquisas científicas por parte das SS, em cujas experiências usaram mais de 3.500 prisioneiros.

A 29 de Abril de 1945, as tropas norte-americanas libertaram este campo, encontrando milhares de homens esfomeados e as instalações dedicadas ao extermínio em massa como são exemplos os crematórios aí existentes.

Em Novembro e Dezembro de 1945, foram julgados no tribunal de guerra 40 homens das SS responsáveis pelo campo de Dachau, tendo 36 homens sido condenados sentença de morte.

Forno crematório de Dachau.

 

A Europa sob o domínio Nazi

Exercício de completamento de texto

 

Hitler Picture: Adolf Hitler Salutes the Crowd

(Picture from the USHMM, courtesy of Richard Freimark.)