A Guerra Fria

19-04-2013 09:36

 

 

Exercício interactivo - A Guerra Fria
https://www.malhatlantica.pt/oprof/guerrafria.html (palavras cruzadas)

 

 

A Guerra Fria, que teve seu início logo após a Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991)  é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, disputando a hegemonia política, econômica e militar no mundo.

Causas

A União Soviética buscava implantar o socialismo em outros países para que pudessem expandir a igualdade social, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Enquanto os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial o contraste entre o capitalismo e socialismo era predominante entre a política, ideologia e sistemas militares. Apesar da rivalidade e tentativa de influenciar outros países, os Estados Unidos não conflitou a União Soviética (e vice-versa) com armamentos, pois os dois países tinham em posse grande quantidade de armamento nuclear,  e um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, possivelmente, da vida em nosso planeta.  Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã

Com o objetivo de reforçar o capitalismo, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, lança o Plano Marshal, que era um oferecimento de empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente. A partir desta estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshall que impedia seus aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto pelo então inimigo político.

A Alemanha por sua vez, aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlim por vias aéreas provocando maior insatisfação soviética e o que provocou  a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.

Em 1949, os Estados Unidos juntamente com seus aliados criam a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que tinha como objetivo manter alianças militares para que estes pudessem se proteger em casos de ataque. Em contra partida, a União Soviética assina com seus aliados o Pacto de Varsóvia que também tinha como objetivo a união das forças militares de toda a Europa Oriental.

Entre os aliados da Otan destacam-se: Estados Unidos, Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia, Espanha. E os aliados do Pacto de Varsóvia destacam-se: União Soviética, Polônia, Cuba, Alemanha Oriental, China, Coréia do Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Albânia, Romênia.

 

Origem do nome

É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear.

 

Envolvimentos Indiretos

Guerra da Coréia : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coréia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no paralelo 38. A Coréia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coréia do Sul manteve o sistema capitalista.

Guerra do Vietnã : Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista. 

 

Fim da Guerra Fria

A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas.

No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.

Trecho do Documento do Plano Marshall.

 

Plano Marshall

“Para promover a paz mundial e o bem-estar geral, as nações interessadas, e a política externa dos Estados Unidos, econômica, financeira e outras, farão os esforços necessários à manutenção no estrangeiro de condições nas qual instituições livres podem sobreviver e com consistência a manutenção da força e estabilidade dos Estados Unidos.”

A União Soviética criou o Kominform, órgão para realizar a união dos partidos comunistas europeus e tirar de sua área de supremacia a influência americana, criando a “cortina de ferro”.


Em 1949 foi criado o Comecon, um plano para buscar a integração econômica-financeira dos países socialistas.


Em 1948, com o revigoramento da Alemanha Ocidental, a União Soviética impõe um bloqueio terrestre à cidade de Berlim. Em 1949, eram instituídas as duas Alemanhas: a ocidental, República Federal da Alemanha, e a oriental, República Democrática Alemã.


Em 1961 foi construído o Muro de Berlin, separando a cidade e tornando-se símbolo da Guerra Fria.

Em 1949, foi criado a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança político-militar dos países ocidentais, composta inicialmente pelos Estados Unidos e os países da Europa ocidental, opondo Ocidente à União Soviética.

Em 1955, a União Soviética cria o Pacto de Varsóvia, que unia as forças do bloco comunista, principalmente dos países da Europa oriental (Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia, Alemanha Oriental, Polônia, etc).

As relações internacionais bipolarizadas apresentaram nas décadas de 1980 e 1990 um comportamento pendular, ora com agravamentos, ora com o apaziguamento.

O fim da Guerra Fria se deu diante da queda do Muro de Berlim em 1989, e com o fim oficial da própria União Soviética, em 1991, pondo fim ao bloco socialista.
 

 

 

A Revolução Chinesa


Em 1911 foi proclamada a República Chinesa, com um governo republicano liderado por Sun Yat-Sem, do Partido Nacionalista (Kuomintang). A partir de 1925, Chiang Kai-shek assumiu o comando das tropas do Kuomintang e iniciou uma política agressiva contra o Partido Comunista Chinês (PCC), sob a liderança de Mao Tsé-tung.

Mao Tsé Tung aqui representado com o seu camarada e sorridente Biao num cartaz alusivo a mais uma das maravilhosas conquistas da Marcha dos 100 dias e da Revolução Chinesa.


Após a Segunda Guerra Mundial, Chiang Kai-shek decreta uma mobilização nacional a fim de eliminar o “perigo vermelho”, com o apoio dos norte-americanos, eclodindo uma guerra civil.


Em 1949, o exército do PCC ganhou terreno e entrou vitorioso em Pequim, proclamando a República Popular da China. Chiang Kai-shek e seus seguidores refugiaram-se na ilha de Formosa (Taiwam), onde instalaram o governo da China Nacionalista.


O PCC aproximou-se da União Soviética, assinando um tratado com Stálin – o Tratado de Amizade, Aliança e Ajuda. O governo chinês nacionalizou as indústrias e realizou a reforma agrária. Buscou-se o fim do capitalismo com a expropriação da burguesia e com um movimento cooperativo no campo.


Em 1962, a o PCC rompeu com o PCUS (Partido Comunista da União Soviética), quando o PCC acusou os soviéticos de estarem modificando as teses marxistas originais.


Após a morte de Mao Tsé-tung, assumiu o governo Deng Xaioping, que priorizou as quatro modernizações: o desenvolvimento da agricultura, da indústria, da defesa e das áreas da ciência e tecnologia, atraindo investimentos para a China promovendo o crescimento econômico chinês nas décadas seguintes.

 


A Revolução Cubana

 

Cuba após a independência em 1898, foi governada por ditaduras e com forte influência norte-americana. Os Estados Unidos conseguiram incluir na Constituição cubana (1901) a Emenda Platt, que admitia a possibilidade de uma invasão americana, além de receber uma área – a baía de Guantanamo –, ainda hoje uma base militar.


Em 1950, a oposição à ditadura de Fulgêncio Batista surgiu através de movimentos guerrilheiros, sob a liderança de Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara. Derrotado, o ditador fugiu de cuba.

Ernesto Che Guevara e Fidel Castro, 1961.


O novo governo revolucionário de 1959, definiu uma política de mudanças que confrontaram os interesses norte-americanos em Cuba. A realização da reforma agrária e a nacionalização de refinarias de açúcar e industrias – a maioria de americanos – os Estados Unidos suspenderam a importação do açúcar cubano. Os cubanos buscaram um novo mercado, com os soviéticos.


Num mundo bipolarizado, os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Cuba durante o governo de John Kennedy e tentaram invadir Cuba (episódio da Baía dos Porcos) para derrubar Fidel Castro sem êxito. Diante disso, Cuba entrou para o bloco socialista levando a apoiar movimentos guerrilheiros na América do Sul, levando os americanos a apoiarem golpes militares no continente.

 


Guerra e revolução no Vietnã

A Indochina, formado pelo Laos, Camboja e Vietnã, foi domínio francês desde Napoleão III (1860). Durante a 2ª Guerra Mundial foi dominada pelos japoneses. Em 1945 após a Guerra, Ho Chi-minh proclamou a independência do Vietnã, e passou a apoiar os guerrilheiros do sul, os vietcongs, para a unificação nacional.


Em meio a polarização da Guerra Fria, os norte-americanos apoiaram o governo do Vietnã sul, iniciando uma luta armada. Em 1965, o presidente americano Lyndon Johnson decidiu pela intervenção total no Vietnã do Sul enviando tropas americanas, além de bombardear o Vietnã do Norte.


No governo de Richard Nixon, adotou-se a “vietnamização da guerra”, a retirada das tropas americanas, e com o apoio militar aos sul-vietnamitas.

 

Em 1975, Saigon, capital do Vietnã do Sul, caía nas mãos dos norte-vietnamitas e vietcongs, permitindo a reunificação do país, proclamando-se a República Socialista do Vietnã.

 


Guerra e revolução em Angola

 

As colônias portuguesas foram as que mais tardiamente conquistaram a independência, após 1970 com a derrubada da ditadura portuguesa.


Em Angola, o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA), fundado em 1956 por Agostinho Neto, iniciou um movimento guerrilheiro contra o colonialismo salazarista. A Revolução dos Cravos (1974), que derrubou a ditadura fascista portuguesa, propiciou a assinatura do Acordo de Alvor, marcando a libertação angolana para 1975.
Agostinho Neto.

Ocupando Luanda, a capital, o MPLA proclamou a independência, e angola passou a ser governada por Agostinho Neto, obtendo apoio do bloco socialista e de Cuba.


Após a independência, enfrentando crises econômicas nas décadas seguintes, Angola nos anos 1990 viu-se diante de uma interminável guerra civil, agravando mais ainda a miséria no país.

 


A Nova ordem econômica internacional

Com o fim do bloco socialista, instaurou-se uma nova ordem mundial com a completa hegemonia da ordem capitalista. Esta passou a uma nova etapa econômica e produtiva liderada por grandes conglomerados empresariais, possuidores de enormes volumes de capitais.


Passou-se a globalização do mercado, com a irradiação dos negócios mundiais, estimulando a formação de blocos econômicos, associações de livre mercado que derrubaram antigas barreiras protecionistas, principalmente a partir da década de 1990.


À frente dessas organizações está a NAFTA (North American Free Trade Agreement – Acordo Norte-americano de Livre Comércio), sob a liderança dos Estados Unidos e envolvendo o Canadá e o México, a UE (União Européia), tendo a economia alemã a mais forte, o bloco do Pacífico, a APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation, traduzido, Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), sob comando do Japão e o Mercosul Mercosul (Mercado Comum do Sul), formado em 1991 por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Logotipo do NAFTA.

Países que compõem o NAFTA.


União Européia.

 

A principal força do capitalismo coube ao G7 (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Japão), grupo dos países ricos.


Acrescentou-se a limitação dos gastos governamentais, com a prevalência da economia de mercado. A busca de um “Estado mínimo” para a não intervenção na economia ocasionou a diminuição dos gastos públicos com saúde, educação e outras políticas sociais. Com a nova lógica capitalista ganhou força as privatizações, com a venda das empresas estatais de diversos países.


Em meio à globalização econômica, a nova ordem mundial passou a gerar mais desigualdades socioeconômicas. De um lado, os países capitalistas desenvolvidos dos três principais blocos econômicos (NAFTA, União Européia e bloco do Pacífico). Do outro, os países subdesenvolvidos, em sua maioria situados no hemisfério sul, com graves crises socioeconômicas.