Estados Unidos dos “Golden Years” à Grande Depressão

25-04-2013 18:26

A Crise de 1929 (A Grande Depressão)

Introdução:

A Europa foi a região mais atingida pela Primeira Grande Guerra. Já os Estados Unidos, saíram do conflito enriquecidos e prestigiados. Prestigiados porque sua participação foi decisiva para o resultado da Guerra. Enriquecidos porque forneceram armas e alimentos a várias nações europeias. O dinheiro acumulado durante a guerra e as leias norte americanas que aumentavam os impostos sobre os produtos estrangeiros favoreceram a arrancada dos Estados Unidos.

Os “anos felizes”

Na década de 1920, a produção industrial norte-americana aumentou 64%. Os Estados Unidos eram, de longe, a maior economia do mundo. O comércio exterior também acompanhou esse crescimento. Para boa parte dos norte-americanos aqueles foram tempos de prosperidade e otimismo. Por isso, os anos 1920 ficaram conhecidos como “anos felizes”.

O rádio chegava aos lares e, com o cinema, intensificou a campanha das mulheres europeias pela conquista ao direito ao voto. Nos Estados Unidos, as mulheres lutaram para que fosse votada, e depois ratificada, em 1920, a emenda Susan Anthony, que transformou o voto feminino em um direito constitucional.

A Grande Depressão:
A prosperidade dos anos 1920 nos Estados Unidos foi acompanhada de uma febre de investimentos na Bolsa de Valores. As pessoas compravam ações, esperavam algumas semanas e, então, vendiam-nas com grande lucro. Quem aplicou 100 dólares em março de 1928 em ações da General Electric, em setembro do ano seguinte, vendeu-as por 300 dólares. A especulação parecia não ter limites.

O crash de 1929
Com essas altas constantes, no final dos anos 1920, o preço das ações já não correspondia à situação real das empresas. Até que, em determinado momento, uma empresa grande faliu; quando os investidores correram para vender suas ações , descobriram que não havia compradores para elas. Em 24 de outubro de 1929, os preços das ações começaram a despencar, o que levou ao crash (quebra) da Bolsa de Valores de Nova York na semana seguinte. Iniciava-se assim a Grande Depressão. (1929-1933)

Os motivos da Grande Depressão.
a) A concentração de riquezas nas mãos de poucos: Em 1929, as 1349 maiores empresas dos Estados Unidos possuíam juntas renda de 7 bilhões de dólares, enquanto a renda de todas as outras mal chegavam a 1700 milhões de dólares.
b) O descompasso entre o crescimento dos salários e o aumento dos lucros: Assim, os ricos foram ficando cada vez mais ricos, e o número de pobres aumentou o que limitava bastante a capacidade de consumo.
c) A concorrência que a Europa passou a fazer aos Estados Unidos no mercado internacional: A partir de 1925, os países europeus começaram a se recuperar e voltaram a produzir o que antes importavam dos Estados Unidos.
d) A crise agrícola: a prosperidade dos anos 1920 estava ligada à indústria, e não à agricultura, que esteve em crise durante toda a década. Com a mecanização e a eletrificação ocorridas no campo, produzia-se muito acima da capacidade de consumo. Assim, os preços dos produtos agrícolas mantinham-se baixos, e os agricultores eram obrigados a pedir dinheiro aos bancos.
Resumindo: Os agricultores passaram a perder suas terras por não ter como pagar as dívidas contraídas como os bancos; os industriais diminuíam a produção e despediam trabalhadores. Sem emprego, as pessoas compravam menos, O governo norte-americano, por sua vez, diminuiu ao máximo suas compras do exterior, cortou os investimentos externos e parou de conceder empréstimos. Com isso, a crise se agravou e atingiu outros países.

 

O New Deal:
Enquanto a crise se alastrava pelo mundo, nos Estados Unidos, em 1932, o líder do Partido Democrata, Franklin Delano Roosevelt, foi eleito presidente da república. Sua equipe econômica adotou então as ideias do economista inglês Jonh Maynard Keynes, que tinha previsto a crise e propunha soluções para enfrentá-la.
Keynes defendia que o Estado deveria intervir na economia, fazendo investimentos maciços e planejando-a de modo que garantisse emprego. Assim, no início de seu governo, Roosevelt lançou o New Deal (“Novo Acordo”), uma nova forma de gerenciar a economia.
Entre suas principais medidas estavam:
1) o investimento maciço em obras públicas: o governo investiu 4 bilhões de dólares na construção de usinas hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos etc. Tais obras geraram milhões de novos empregos.
2) a destruição dos estoques de gêneros agrícolas: como algodão, trigo e milho, a fim de conter a queda de seus preços.
3) o controle sobre os preços e a produção: para evitar a superprodução na agricultura e na indústria.
4) a diminuição da jornada de trabalho: com o objetivo de abrir novos postos. Além disso, fixou-se o salário mínimo, criaram-se o seguro desemprego e o seguro-velhice (para os maiores de 65 anos).

edidas, o desemprego diminuiu, a indústria e a agricultura recuperaram-se parcialmente, os salários pararam de cair, a partir de 1934, a renda nacional voltou a crescer.You can write here...

 

Tempos Modernos

TÍTULO DO FILME: TEMPOS MODERNOS (Modern Times, EUA 1936)
DIREÇÃO: Charles Chaplin
ELENCO: Charles Chaplin, Paulette Goddard, 87 min. preto e branco, Continental

RESUMO

Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome.
A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona. O filme focaliza a vida do na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias "subversivas".
Em sua Segunda parte o filme trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas, sem representar contudo, diferenças nas perspectivas de vida de cada grupo. Mostra ainda que a mesma sociedade capitalista que explora o proletariado, alimenta todo conforto e diversão para burguesia. Cenas como a que Carlitos e a menina órfã conversam no jardim de uma casa, ou aquela em que Carlitos e sua namorada encontram-se numa loja de departamento, ilustram bem essas questões.
Se inicialmente o lançamento do filme chegou a dar prejuízo, mais tarde tornou-se um clássico na história do cinema. Chegou a ser proibido na Alemanha de Hilter e na Itália de Mussolini por ser considerado "socialista". Aliás, nesse aspecto Chaplin foi boicotado também em seu próprio país na época do "macartismo".
Juntamente com O Garoto e O Grande Ditador, Tempos Modernos está entre os filmes mais conhecidos do ator e diretor Charles Chaplin, sendo considerado um marco na história do cinema.

CONTEXTO HISTÓRICO

Em apenas três anos após a crise de 1929, a produção industrial norte-americana reduziu-se pela metade. A falência atingiu cerca de 130 mil estabelecimentos e 10 mil bancos. As mercadorias que não tinham compradores eram literalmente destruídas, ao mesmo tempo em que milhões de pessoas passavam fome. Em 1933 o país contava com 17 milhões de desempregados. Diante de tal realidade o governo presidido por H. Hoover, a quem os trabalhadores apelidaram de "presidente da fome", procurou auxiliar as grandes empresas capitalistas, representadas por industriais e banqueiros, nada fazendo contudo, para reduzir o grau de miséria das camadas populares. A luta de classes se radicalizou, crescendo a consciência política e organização do operariado, onde o Partido Comunista, apesar de pequeno, conseguiu mobilizar importantes setores da classe trabalhadora.
Nos primeiros anos da década de 30, a crise se refletia por todo mundo capitalista, contribuindo para o fortalecimento do nazifascismo europeu. Nos Estados Unidos em 1932 era eleito pelo Partido Democrático o presidente Franklin Delano Roosevelt, um hábil e flexível político que anunciou um "novo curso" na administração do país, o chamado New Deal. A prioridade do plano era recuperar a economia abalada pela crise combatendo seu principal problema social: o desemprego. Nesse sentido o Congresso norte-americano aprovou resoluções para recuperação da indústria nacional e da economia rural.
Através de uma maior intervenção sobre a economia, já que a crise era do modelo econômico liberal, o governo procurou estabelecer certo controle sobre a produção, com mecanismos como os "códigos de concorrência honrada", que estabeleciam quantidade a ser produzida, preço dos produtos e salários. A intenção era também evitar a manutenção de grandes excedentes agrícolas e industriais. Para combater o desemprego, foi reduzida a semana de trabalho e realizadas inúmeras obras públicas, que absorviam a mão-de-obra ociosa, recuperando paulatinamente os níveis de produção e consumo anteriores à crise. O movimento operário crescia consideravelmente e em seis anos, de 1934 a 1940, estiveram em greve mais de oito milhões de trabalhadores. Pressionado pela mobilização operária, o Congresso aprovou uma lei que reconhecia o direito de associação dos trabalhadores e de celebração de contratos coletivos de trabalho com os empresários.
Apesar do empresariado não ter concordado com o elevado grau de interferência do Estado em seus negócios, não se pode negar que essas medidas do New Deal de Roosevelt visavam salvar o próprio sistema capitalista, o que acabou possibilitando possibilitou sua reeleição em duas ocasiões.