A questão do "Mapa Cor-de-Rosa"
Retirado de https://africanomundo.blogs.sapo.pt/3041.html
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Regista as palavras "intrusas".
Apesar dessas palavras não serem úteis neste texto vão ajudar-te a construir um outro texto com lógica. O resultado desse novo texto deve transmitir uma mesagem coerente sobre o domínio de territórios coloniais pelos europeus, juntamente com outras palavras tuas!
Na segunda metade do século XIX, a Europa conheceu um elevado crescimento económico que se traduziu num forte desenvolvimento da indústria com um consequente aumento vertiginoso da produção. Esta situação exigiu não só a exploração de novos mercados para escoamento dessa produção, como novas fontes de matéria-prima para alimentar a indústria. Daí o crescente interesse por parte das grandes potências europeias pelo continente africano neste período.
Assim, os projectos para conhecer as regiões africanas intensificaram-se a partir da segunda metade de Oitocentos. De 1850 a 1880 fizeram-se grandes viagens de exploração ao continente negro, como foram os casos, entre outros, de Stanley, de Livingstone e de Brazza. As viagens intensificaram-se ainda a partir da Conferência de Berlim (1884-85). Porém, nesta altura, a concorrência era já grande por parte dos alemães, dos ingleses e dos bóeres. Esta corrida das potências europeias às colónias africanas viria a originar conflitos mais ou menos graves.
Alertados para essa política que, aos olhos de Portugal, era abusiva e lesiva dos nossos direitos históricos em África, surge na mente de alguns políticos – Luciano Cordeiro, Pinheiro Chagas, Barros Gomes, entre outros – a ideia de formar um vasto território na África Central, a partir do litoral que dominávamos; ou seja, ligando os litorais de Angola e Moçambique. Este ambicioso plano aparece já numa convenção luso-francesa de 1886 e figura a cor-de-rosa, daí advindo o nome para a questão.
No entanto, este nosso plano chocava frontalmente com os planos de expansionismo inglês para esta área, sobretudo com as iniciativas de Cecil Rhodes, cujo plano pretendia ligar o Cabo ao Cairo, sempre por solo britânico, ao mesmo tempo que punha em causa o critério, formulado em Berlim, de que só a ocupação efectiva seria prova do domínio colonial.
O resultado foi o Ultimato britânico de 11 de Janeiro de 1890, sendo exigido a Portugal a retirada de toda a zona disputada sob pena de serem cortadas as relações diplomáticas e, de seguida, a guerra. Isolado, Portugal protestou mas seguiu-se a inevitável cedência e recuo. E assim acabou o “Mapa Cor-de-Rosa”, mas não sem que antes tivesse deixado um legado de humilhação nacional e frustração (bem patente no Finis Patriae de Guerra Junqueiro) que haveria de marcar Portugal durante muitas décadas. Na sequência deste episódio, Alfredo Keil compôs A Portuguesa (actual hino nacional).
Bibliografia:
- Mapa Cor-de-Rosa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. Disponível em:https://www.infopedia.pt/$mapa-cor-de-rosa. [Acedido em 29/05/2011].