O Dia D – Forças Aliadas

23-06-2013 10:33

ESTADOS UNIDOS

As forças estadunidenses do 1o Exército, do General Bradley, assaltariam a praia Varreville (Utah) e a praia Saint Laurent (Omaha). O 7o Corpo do General Collins participaria, com a 4aDivisão de Infantaria, do assalto contra a praia Utah, justamente ao norte do estuário do Vire.

Durante as primeiras horas da manhã do Dia D, a 82ª e a 101ªDivisões Aerotransportadas se lançariam sobre o setor oeste e sudeste de Sainte-MèreEglise, onde sua, missão consistiria em capturar as pontes sobre o rio Merderet, obter a linha do rio Douve como barreira, e apoiar o desembarque da 4a Divisão de Infantaria na praia. Esperava-se que, ao final do Dia D, o 7o Corpo, com as divisões aerotransportadas sob o seu comando, controlaria a zona a leste do rio Merderet, desde o sul de Montebourgo até o Douve.

O 5o Corpo do General Gerow planejou o seu ataque a uma extensão de praia de 7 Km, conhecida com o codinome de Omaha, sobre a costa norte de Calvados, perto de Saint Laurent. Uma equipe de combate da 29a Divisão de Infantaria à direita, e uma equipe de combate da 1a Divisão de Infantaria à esquerda, ambas comandadas pela 1a Divisão de Infantaria, atacariam na leva inicial.

O principal objetivo do 7o Corpo, apoiado pelas divisões aerotransportadas, era cortar a península de Cotentin, para evitar o ataque pelo sul, e, avançando rumo ao norte, tomar o porto de Cherburgo, o que se esperava para o Dia D + 8.

O Exército dos Estados Unidos

Após a Primeira Guerra Mundial, o exército estadunidense saiu amadurecido e orgulhoso por ter acabado com a guerra na Europa. Porém, os Estados Unidos se isolaram e se esforçaram ao máximo para se manter bem longe dos problemas europeus. Da mesma forma, suas forças armadas, embora conscientes de que poderia haver novos conflitos, não se empenharam em se aprimorar ou lhes faltaram os recursos para isso.

Em 1939, a divisão de infantaria estadunidense era rigorosamente a mesma que terminara a Grande Guerra:

  • 2 brigadas de infantaria, cada uma com 4 batalhões,
  • 1 brigada de artilharia (incluindo outras unidades, a divisão contava um efetivo de 18.500 homens).


Em 30/09/1939, o US Army contava com apenas 5 divisões de infantaria e 1 de cavalaria “regulares”, espalhadas em guarnições por todo o país. No papel, o Exército Regular contava com 26 divisões, mas, excetuando aquelas 6, nenhuma possuía qualquer efetivo.Em 1939, começaram haver modificações, com certeza visando a rápida expansão que seria necessária em caso de guerra. O regimento passou a contar com 3 batalhões e surgiu a chamada “divisão triangular” (12.500 homens), onde as brigadas foram extintas e a infantaria foi agrupada em três regimentos. Foi com essa divisão que os EUA lutaram na Segunda Guerra Mundial.

Não havia divisão blindada nem aeroterrestre e a arma aérea ainda era uma parte do Exército, ignorando a criação da Força Aérea efetuada por outras grandes nações, incluindo Grã-Bretanha (RAF), França (L’Armée de I’Air) e Alemanha (Luftwaffe).

A Guarda Nacional era formada pelos Estados e controlada por eles, embora, a partir de 1903, tivesse que se organizar e equipar conforme modelo federal. No papel, contava ela com 18 divisões de infantaria e 4 de cavalaria. Então os EUA entraram na guerra e a expansão do Exército foi vertiginosa. Chegaram a uma média de 4 divisões por mês ativadas por mês.

As Divisões de infantaria do US Army

A Divisão de Infantaria “Triangular” baseava-se em que seus elementos de infantaria eram organizados sempre em três:

  • 3 regimentos de 3 batalhões de 3 companhias de fuzileiros (mais uma de petrechos pesados).

Além disso, a divisão contava com:

  • 3 grupos (batalhões) de artilharia de 105 mm
  • 1 de 155 mm
  • 1 batalhão de engenharia de combate.

Durante a guerra, era normal que pelo menos um batalhão de tanques e/ou tank destroyers fosse anexado à divisão, dependendo da missão e do terreno.

A 36ª Divisão (da Guarda Nacional do Texas) só recebeu um batalhão de tanques e um de tank destroyers (753º e 636º, respectivamente) a partir da invasão da Provença (15/08/1944), embora estivesse combatendo na frente italiana desde 09/09/1943.

BRITÂNICOS

Ao se encerrar a Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha estava esgotada em todos os sentidos: seu potencial humano estava esgotado, sua economia em frangalhos, seu moral arruinado. Gerações inteiras estavam agora sepultadas no Flandres e qualquer menção de desenvolvimento militar na Inglaterra, nas décadas de 20 e a maior parte do de 30, era ignorada ou atacada. A Primeira Guerra havia sido a guerra para acabar com todas as guerras e todo mundo na Inglaterra desejava que isso fosse verdade. Por isso, o exército britânico viveu à míngua nesse período – a ponto do futuro general Slim, conquistador da Birmânia, ter então que escrever crônicas para um jornal, sob pseudônimo, para melhorar a renda. O seu efetivo era tão pequeno que a RAF foi incumbida de fazer a guarnição do Iraque. Suas armas eram as mesmas da guerra anterior e sua organização sofrera reduções. E quando o nazismo chegou ao poder na Alemanha os ingleses foram lentamente acordando para a triste realidade de ter que se preparar para outra guerra.

A organização militar britânica não mudou consideravelmente de uma guerra para outra: a diferença mais marcante foi que a brigada passou a ter 3 batalhões ao invés de 4.

 

 

A forma de recrutamento no Exército Britânico é única no mundo: o cidadão se alista no “Regimento” de seu condado. Este regimento, na verdade, não é uma unidade de combate, mas apenas um órgão de recrutamento. Ele forma batalhões que se tornam disponíveis para emprego pelo Exército como batalhões independentes ou, com outros batalhões, formar brigadas e divisões. Apenas como um exemplo, a composição da 231ª Brigada de Infantaria (parte da 50ª Divisão na Normandia):

  • 2º Batalhão do Regimento Devonshire;
  • 1º Batalhão do Regimento Hampshire
  • 1º Batalhão do Regimento Dorsetshire.

Essa organização, por outro lado, não era rígida, fixa e nem mesmo se prendia à nacionalidade. A 3ª Brigada da 6ª Divisão Aeroterrestre continha um batalhão canadense (1º Batalhão Pára-quedista canadense).

A própria 231ª só se incorporou à 50ª DI nos preparativos para a invasão da Normandia, pois a divisão perdera uma brigada em combate na África do Norte. As divisões britânicas, além disso, tinham “títulos” honoríficos.

O Exército Britânico lutou a Segunda Guerra Mundial com seis tipos de divisões:

  • Infantaria,
  • Aeroterrestre,
  • Blindada,
  • Cavalaria,
  • Mista
  • Motorizada.

Contudo, apenas as três primeiras realmente combateram. A única divisão de cavalaria (1ª) foi formada em 31/10/1939 e serviu na Grã-Bretanha e Oriente Médio, apenas em tarefas de guarnição. Foi reorganizada em 01/08/1941 na Síria e tornou-se a 10ª Divisão Blindada.

A Divisão “Mista” era uma divisão composta por duas brigadas de infantaria e uma blindada, mas isso foram apenas uma experiência realizada na Inglaterra em 1942/1943 e então as divisões voltaram a ter três brigadas de infantaria (embora a 2ª Divisão Neozelandesa tivesse uma organização parecida com essa na campanha italiana).

A Divisão “Motorizada” (entre aspas, pois, na realidade, praticamente todas as divisões de infantaria britânicas eram plenamente motorizadas) compunha-se somente de duas brigadas (o equivalente à divisão “ligeira” alemã), mas nunca foram usadas “pra valer”.

As formações canadenses seguiam o padrão britânico.

 

 

Divisão de Infantaria

a Divisão de Infantaria variou muito pouco em organização durante a guerra, embora tivesse consideráveis alterações em efetivo e composição. Em setembro de 1939, ela era composta por:

  • 1 regimento de cavalaria,
  • 3 brigadas de infantaria,
  • 3 regimentos de artilharia
  • 1 regimento anti-tanque,

O que lhe dava um efetivo de 13.863 homens.

Em 1941, o regimento de cavalaria foi extinto e foi acrescentado um regimento de artilharia AA. Em 1944, ela tinha um regimento de reconhecimento equipado com carros blindados e contava 18.347 homens. Contudo, com a escassez de material humano cada vez mais aguda no transcorrer da guerra, isso significava que menos divisões poderiam ser empenhadas e várias acabaram dissolvidas antes mesmo de dar um tiro.

Títulos Honoríficos das Divisões de Infantaria Britânicas

As divisões do Exército regular não possuíam esses títulos. Eles se destinavam às divisões do Exército Territorial (o equivalente à Guarda Nacional nos EUA) e se referiam às regiões do recrutamento.

  • 12ª DI – Eastern
  • 15ª DI – Scottish
  • 18ª DI – Não teve
  • 23ª DI – Northumbrian
  • 38ª DI – Welsh
  • 42ª DI – East Lancashire
  • 43ª DI – Wessex
  • 44ª DI – Home Counties
  • 45ª DI – Não teve
  • 46ª DI – Não teve
  • 47ª DI – London
  • 48ª DI – South Midland
  • 49ª DI – West Riding
  • 50ª DI – Northumbrian
  • 51ª DI – Highland
  • 52ª DI – Lowland
  • 53ª DI – Welsh
  • 54ª DI – East Anglian
  • 55ª DI – West Lancashire
  • 56ª DI – London
  • 59ª DI – Staffordshire
  • 61ª DI – Não teve
  • 66ª DI – Não teve

Divisões Blindadas

Uma divisão blindada britânica, no transcorrer da Segunda Guerra Mundial, variou de tal maneira que não se pode definir nenhuma composição como “padrão” antes do “Dia-D”. Apesar de terem inventado o tanque, os britânicos simplesmente abandonaram o seu desenvolvimento em função da crônica falta de recursos nos anos 20 e 30. Além disso, as “profecias” de homens como Fuller e Lidell-Hart a respeito da futura guerra mecanizada não eram levadas a sério e a tradicional arma da cavalaria (como em todos os exércitos do mundo) se opunha à mecanização em larga  escala.

Quando a Alemanha invadiu a Polônia com 6 divisões blindadas, a Grã-Bretanha mal tinha duas (e uma estava no Egito). Em 1939, a Divisão Blindada britânica era composta por:

  • 1 brigada blindada “leve”,
  • 1 brigada blindada “pesada” (ambos a 3 regimentos)
  • 1 “grupo de apoio” – composto por 1 regimento de artilharia, 1 regimento de artilharia AA/AT e 2 batalhões de infantaria motorizada.

No papel, ela teria 349 tanques, sendo 54 tanques “pesados” (Matilda).

Em 1940, alguém se finalmente percebeu que era muito tanque para pouca infantaria e alterou a sua composição: a Divisão Blindada agora tinha:

  • 1 batalhão de infantaria motorizada em cada brigada blindada (extinguiu-se os termos “leve” e “pesada”)
  • A artilharia foi reforçada com o desmembramento dos regimentos de artilharia AA e AT.

Em compensação, o “grupo de apoio” perdeu um batalhão de infantaria. Essa composição só entrou em vigor em outubro de 1940, ou seja, a 1ª Divisão Blindada já tinha sido destruída na França.

Em 1942, em função das consecutivas derrotas que as divisões blindadas britânicas estavam tendo contra o Afrika Korps, a sua organização variou nada menos que três vezes. No início do ano surgiu o “grupo de brigada”:

  • 1 brigada blindada com infantaria,
  • Artilharia de campanha,
  • Artilharia AA e AT.

Ao terminar o ano, uma Divisão Blindada britânica deveria ser composta por:

  • 1 brigada blindada (a 3 regimentos, agora equipados com Shermans),
  • 1 brigada de infantaria motorizada (o grupo de apoio foi abolido),
  • 2 regimentos de artilharia,
  • 1 regimento de artilharia AA e outro AT.

O seu efetivo era de 186 tanques.

Em abril de 1943, a Divisão Blindada recebeu de volta o seu regimento de reconhecimento blindado e um dos regimentos de artilharia passou a ser autopropulsado (e, ironicamente, passou para o comando da brigada de infantaria). A brigada blindada contava com:

  • 3 regimentos de tanques,
  • 1 batalhão de infantaria motorizada,
  • 1 regimento AT
  • 1 regimento AA (ao todo, 278 tanques).

Uma formação que, literalmente (e sem trocadilhos), “para inglês ver”.

Na batalha de El Alamein (23/10/1942), a 10ª Divisão Blindada possuía duas brigadas blindadas (8ª e 24ª) e a 7ª Divisão Blindada chegou a ter 3 em certa ocasião (4ª, 7ª e 22ª), além de ter uma brigada motorizada indiana!

A verdade é que as divisões blindadas britânicas engajadas em combate entre 1941 e 1943 só o foram na África do Norte, onde todo tipo de improvisação tinha de ser feito e os meios existentes quase nunca correspondiam ao que estava escrito no papel.

 

 

Mas essa bagunça acaba com os preparativos para o “Dia-D”. Em março de 1944, as três divisões blindadas britânicas (7ª, 11ª e de Guardas), a 4ª canadense e a 1ª polonesa seguiam o mesmo modelo:

  • 1 regimento de reconhecimento blindado,
  • 1 brigada blindada (a 3 regimentos de tanques e 1 batalhão de infantaria motorizada),
  • 1 brigada de infantaria (a 3 batalhões),
  • 2 regimentos de artilharia (1 rebocado e outro autopropulsado),
  • 1 regimento AT e outro AA, além de uma companhia independente de metralhadores.

A divisão agora contava com 343 tanques (incluindo tanques AA).

As divisões blindadas que permaneceram no Mediterrâneo (6ª britânica, 6ª sul-africana, 5ª canadense e 2ª polonesa) eventualmente adotaram a mesma organização.

Ironicamente, a veterana 1ª Divisão Blindada, que lutou na França em 1940, África do Norte e Tunísia não foi mais empenhada em combate e acabou dissolvida em 11/01/1945. Realmente, um fim inglório.

Commandos

Embora nunca chegassem próximos ao efetivo de uma divisão, não obstante causaram mais danos ao inimigo. Os “commandos” surgiram após o desastre de Dunquerque e se destinavam a mostrar aos alemães (e ao mundo) que a Grã-Bretanha continuaria a lutar.

Eram pequenos destacamentos de tropa especialmente treinada para efetuar incursões ao longo da imensa costa defendida pelos alemães. Os seus efeitos foram incomensuráveis, pois divisões inteiras tiveram que ser estacionadas nas costas para evitar os ataques de algumas dezenas de homens.

O caso mais famoso foi na Noruega, pois durante anos um considerável exército foi mantido lá na expectativa de uma invasão aliada que nunca aconteceria, graças, em parte, à ação dos “commandos”.

 

Já com a maré da vitória virando para o lado aliado, essas tropas super-treinadas foram utilizadas em missões especiais, particularmente no “Dia-D”.

Observação: Nas armas da cavalaria, blindados e artilharia, o termo “regimento” não se refere ao que foi dito sobre os órgãos de recrutamento da infantaria. Nessas armas, o regimento é uma unidade tática de combate de tamanho equivalente ao batalhão na infantaria.

Outras Formações BRITÂNICAS

79ª Divisão Blindada

Criada no Reino Unido a 14/08/1942. Em abril de 1943, foi reestruturada para ser uma divisão de blindados especiais (“Funnies”), sem contar com nenhuma infantaria nem artilharia. Embora seus elementos participassem do “Dia-D”, a divisão só desembarcou efetivamente a 12/08/1944.

Lutou no Noroeste Europeu, participando da conquista de Walcheren, da batalha de Reichswald e da travessia do Reno. Foi dissolvida a 31/08/1945. A sua composição variou muito durante a campanha do Noroeste Europeu. As seguintes brigadas fizeram parte da divisão nesse período:

  • 1ª Brigada de Tanques (07/05/1944 a 16/10/1944),
  • 31ª Brigada de Tanques – depois Brigada Blindada (04/09/1944 a 28/08/1945),
  • 30ª Brigada Blindada (17/10/1943 a 19/06/1945),
  • 1ª Brigada de Assalto da Real Engenharia (10/05/1944 a 16/01/1945),
  • 1ª Brigada de Engenharia Blindada (26/11/1943 a 26/06/1945)
  • 33ª Brigada Blindada (18/01/1945 a 21/08/1945).

 

Os “Funnies” de Hobart

Duplex Drive-DD Sherman

A função desse tanque modificado, vestido com uma espécie de bóia, era dar suporte as tropas de infantaria que iniciassem o desembarque. A opção por fazer um “tanque flutuante”, em vez de desembarcar veículos via lancha, tinha um motivo simples: qualquer embarcação que carregasse 4 tanques em seu bojo ficaria lenta o suficiente para ser alvo fácil da artilharia inimiga. Com o tanque podendo flutuar e seguir por si só até a praia, as lanchas de desembarque podiam liberá-los a 1 km da costa.

Os DD foram apoios vitais para a conquista das praias. Basicamente aonde eles conseguiram chegar, a resistência foi significativamente erradicada, mesmo na praia Juno, aonde dos 29 veículos lançados, 8 não conseguiram chegar até a praia. Já aonde poucos ou nenhum conseguiu chegar, como em Omaha  - praticamente todos os tanques afundaram antes de atingir a praia, devido as ondas revoltas – as perdas da infantaria foram elevadíssimas.

AVRE – Armoured Vehicle Royal Engineers

A sigla significa Armoured Vehicle Royal Engineers, ou Veiculo Blindado dos Engenheiros Reais. O carro podia ser utilizado para diversas tarefas.

O Churchill modificado levava no lugar do canhão um morteiro que, graças a trajetória elíptica de seu projétil, era muito mais eficiente na destruição de bunkers e estruturas de concreto. A única tarefa inusitada era recarregar a peca: o morteiro tinha de ser recarregado pela boca, obrigando o tripulante a se expor.

A versão equipada com morteiro era devastadora quando posta em ação, sua única limitação – Comparando com o alcance de um tanque normal – Era seu raio de ação relativamente curto, não ultrapassando 200 metros.

 

Churchill Crocodile

A função desse blindado era desentocar os defensores das casamatas. Para isso ele possuía o canhão de 75 mm na torre, mas, em vez da metralhadora, ele possuía como arma secundaria: um bico de lança-chamas que incendiava que estivesse nos bunkers. O combustível era transportado numa carreta blindada de 6,5 toneladas, acopladas ao carro de combate. No total, 400 galões de liquido inflamável permitiam cerca de 80 “cuspidas” de fogo.

Os 800 veículos produzidos mostraram-se valiosos no campo de batalha, forçando o inimigo a se render ou recuar. A preocupação dos britânicos com esse “segredo Militar” era tanta que bastava uma unidade tornar-se incapacitada para que fosse completamente destruída – Incluindo ataques aéreos se necessários.

 

CRAB

Sob expectativa da invasão da Normandia, Rommel ordenou que os alemães implantassem mais de 4 milhões de minas terrestres ao longo das mais prováveis praias de desembarque. Para detoná-las os britânicos desenvolveram uma versão modificada dos tanques Sherman chamada Crab (caranguejo), especializado na limpeza dessas minas.

O método utilizado pelo Crab não era convencional. Basicamente, o veiculo possuía uma serie de correntes acopladas em uma barra de metal. Ao acionar as correntes e fazê-las girar o peso delas acionava e explodia as minas.

BOBBIN

Da família AVRE, o Bobbin era um Churchill modificado, que tinha um enorme rolo compressor na frente do veiculo. O sugestivo nome bobbin significa bobina em português.

O bobbin foi concebido para uma tarefa não ligada diretamente ao combate, mas ainda assim vital. Ele era responsável por aplanar e deixar sólida a areia da praia, para que os demais veículos que desembarcassem não atolassem no terreno.

Divisões Aeroterrestres do Exército Estadunidense

Após os sucessos alemães com tropas aerotransportadas, os estadunidenses concluíram que necessitavam desse tipo de tropa e começaram a fazer experiências nesse sentido. A 82ª Divisão de Infantaria foi reorganizada para “Aeroterrestre” (Airborne) em 15/08/1942, data da ativação de outra Divisão semelhante, a 101ª.

Originalmente teriam 1 regimento pára-quedista e 2 aerotransportados (planadores), mas a composição delas variou grandemente ao longo da guerra, em função de anexações e transferências. Teriam ainda 3 (às vezes 4) grupos de artilharia (75 mm), 1 batalhão de engenharia de combate e 1 batalhão antiaéreo, todos aerotransportados.

Durante a Campanha da Normandia, a 101ª teve um batalhão de tanques anexado (759º) e, durante a Batalha das Ardenas, a 82ª também teve esse privilégio (740º). Além dessas, outras 3 divisões foram criadas:

  • 11ª (atuou no Pacífico),
  • 13ª e 17ª (Noroeste Europeu).

A 13ª foi a única divisão enviada para o Noroeste Europeu que não foi engajada em combate. Existiu ainda a 1ª Força-Tarefa Aeroterrestre (FTA), uma força mista composta por:

  • 1 brigada pára-quedista britânica,
  • 1 regimento pára-quedista,
  • 2 batalhões pára-quedistas independentes
  • 1 grupo de artilharia, estes estadunidenses.

Foi criada para apoiar a invasão do Sul da França e nos chama a atenção pelo regimento pára-quedista estadunidense, o 517º: ele compunha originalmente a 17ª DAet, mas foi destacado dela em 03/1944 e foi compor a 1ª FTA; depois disso, foi levado às pressas para a Batalha das Ardenas, onde foi temporariamente anexado, sucessivamente, à 30ª DI, à 7ª DB, à 82ª DAet, à 106ª DI e à 78ª DI, até ser finalmente designada para a 13ª
DAet, a 01/03/1945!

Divisão Pára-Quedista do Exército Britânico

A Grã-Bretanha, como o resto do mundo, surpreendeu-se com o sucesso dos pára-quedistas alemães em 1940 e começou a desenvolver as suas próprias tropas aerotransportadas.

Após experiências com “commandos” e batalhões de pára-quedistas, a 1ª Divisão Aeroterrestre foi formada em novembro de 1941. A sua irmã, a 6ª, só seria formada em maio de 1943. Contavam elas com:

  • 2 brigadas pára-quedistas,
  • 1 brigada aerotransportada (planadores),
  • 1 regimento de reconhecimento blindado (“Bren carriers”, Jeeps e, em 1944, tanques leves),
  • 1 regimento de artilharia aerotransportada
  • 1 regimento AT.

FORÇAS NAVAIS E AÉREAS

Marinha

O êxito das forças terrestres no assalto contra a fortaleza européia dependia, inicialmente, das operações da Força Naval Expedicionária Aliada, sob o comando do Almirante Ramsay. É possível compreender o esforço que as forças navais executavam, somente ao citar o número de unidades que interviriam na operação: mais de 5000 barcos, e outras 4000 embarcações adicionais “do barco à costa”.

As forças navais de ataque e proteção compreendiam um total de:

  • 8 encouraçados,
  • 22 cruzadores,
  • 93 destróieres,
  • 229 escoltas de comboio de todo tipo,
  • 200 caça-minas,
  • 360 lanchas a motor,
  • 4.222 navios de desembarque de diversos tipos;

Ao todo seriam 5.134 barcos a intervir no operação.

As esquadras que participam desta fabulosa travessia da Mancha foram divididas entre uma Western Task Force, do Almirante Alan Kirk, geminada com o 1o Exército estadunidense, e uma Eastern Task Force, do Almirante Sir Philip Vian, geminada com o 2o Exército britânico.

Seguem, à frente de seus:

  • 213 navios,
  • 7 couraçados (4 ingleses, 3 estadunidenses),
  • 23 cruzadores (16 ingleses, 3 estadunidenses, 2 franceses, 1 polonês),
  • 168 destróieres e fragatas (79 ingleses, 36 estadunidenses, 3 franceses, 3 noruegueses, 2 poloneses).

Dois terços desta frota sem precedentes são, pois, britânicos, após 5 anos de guerra e da perda de 3 couraçados, 2 cruzadores de batalha, 8 porta-aviões, 45 cruzadores e cruzadores auxiliares, 136 destróieres, etc. Prova impressionante de vitalidade e de energia.

A maior parte das unidades de combate era para apoiar o desembarque, atirando contra os objetivos terrestres. As outras para vigiar as entradas da Mancha ou estenderem cortinas de segurança contra os submarinos e as veddettes inimigas.

Por mais fracos que fossem os alemães no mar, não eram completamente inofensivos.

Força Aérea


A RAF e as diversas formações que lhe eram subordinadas, Royal Canadian, Australian, New Zealand, forças aéreas polonesas, francesas, belgas, holandesas, norueguesas, concorriam para esse total com 5510 aparelhos.O Marechal-do-Ar Sir Trafford Leight-Mallory, tinha sob seu comando 13000 aviões operacionais, dos quais 11590 disponíveis.

A 8a US Air Force, comandada pelo General Doolittle, contribuía com 6080. Os 3.440 bombardeiros pesados noturnos e diurnos são:

  • Halifax,
  • Lancaster,
  • B-17 ou Fortalezas Voadoras,
  • B-24 ou Liberator,

Transportando entre 1.800 e 6.350 kg de bombas.

Os 930 bombardeiros leves consistem em:

  • Mitchell,
  • Boston,
  • Mosquito,
  • B-26
  • Marauder – A-20 ou Havoc.

Mais de 1.500 aparelhos, pertencentes a uma dezena de categorias, representavam o reconhecimento, a coordenação, a vigilância costeira, a luta anti-submarina, o serviço sanitário, etc., e 1.360 aparelhos, mais 3.500 planadores, constituíam a frota de transportes: Hamilcar e Sterling, ingleses; C-47 ou Dakota, estadunidenses. Enfim, a corte dos 4.190 caças e caças-bombardeiros, Spitfire, Typhoon, P-38 ou Lightning, P-47 ou Thunderbolt, P-51 ou Mustang.

O SHAEF avaliava em 15 contra 1 sua superioridade aérea. A avaliação alemã era de 50 contra 1.

A força aérea que teria a seu cargo a responsabilidade da cobertura aérea era integrada por:

  • 12 esquadrões de aviões Havoc,
  • 32 esquadrões de Marauder,
  • 1 de Pathfinder,
  • 39 de Thunderbolt,
  • 13 de Lightning,
  • 17 de Mustang,
  • 54 de Dakota,
  • 2 de Boston,
  • 4 de Mitchell,
  • 12 de Mosquito,
  • 29 de Spitfire,
  • 21 de Typhoon
  • 2 de Tempest.

Agregavam-se a estas forças, as unidades de aviação estratégica, sob as ordens do Tenente-General Doolitle e do Marechal-do-Ar Harris, dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, respectivamente.

Eram, ao todo, 6.518 aviões de combate, transporte e bombardeio.

ENGANOS, PLANOS E RESISTÊNCIA


A Resistência Francesa fora chamada de “uma mistura de coragem e patriotismo, ambição, facção e traição”. Compreendia numerosos grupos, cujo substrato político ia do comunismo e Front Populaire ao catolicismo.Em certo sentido, os Aliados já tinham um exército na Europa antes do Dia D – a Resistência. Na teoria, o governo constitucional da França era o regime de Vichy sob o velho Marechal Pétain. Sua autoridade fora grandemente reduzida e Pierre Lavaique – que garantira a colaboração desejada pelos alemães – governava apenas com o consentimento destes. Por volta de 1944, tornou-se claro que a verdadeira voz da França era a do General Charles de Gaulle, cujo quartel-general se localizava, evidentemente, em Londres.

Em 1944, os Maquis abrangiam talvez cerca de 100.000 pessoas, muitos das quais fugiram para as montanhas a fim de não serem enviadas ao trabalho forçado na Alemanha. Constituíam a matéria-prima para a guerra de guerrilha.

A Resistência Belga, o “Exército Secreto”, tinha cerca de 45.000 homens. No segundo trimestre de 1944, 55 operações aéreas forneceram-lhes armas. Por outro lado, o Abwehr (serviço secreto alemão) tinha tido muito êxito em capturar agentes secretos aliados lançados sobre a Holanda, de modo que a resistência holandesa se encontrava pobremente equipada.

Uma complicada organização na Inglaterra se esforçava para controlar e armar todos esses movimentos da Resistência. Neste trabalho, a British Broadcasting Corporation e a Special Operations Executive (SOE) tiveram papel insubstituível. Os planejadores aliados, ao mesmo tempo em que concordavam em que as chamas da resistência tinham de ser insufladas por todos os meios possíveis, não confiavam em suas atividades. Qualquer sabotagem ou qualquer levante armado era considerada simplesmente como um bônus. Não é fácil quantificar-se as realizações daqueles homens e mulheres patrióticos, mas é evidente que eles, pelo simples fato de existirem, mantiveram presos milhares de soldados inimigos. Com emboscadas e atos de sabotagem, infligiram sérios atrasos às reservas alemãs mobilizadas para a batalha no verão de 1944.

Exércitos Inexistentes

Além dos exércitos que realmente existiam, os Aliados serviram-se de outros inexistentes. Era fundamental para o êxito da Overlord que os alemães, que ainda gozavam de grande vantagem numérica nas forças terrestres, fossem induzidos a falsas suposições. Sabia-se, naturalmente, que os comandantes alemães estavam cientes dos preparativos aliados para um assalto. Ao mesmo tempo pensava-se que, graças à boa segurança, eles podiam ser enganados sobre quando e onde o desembarque teria lugar. Por essa razão era essencial que o bombardeio preliminar não fosse dirigido contra a Normandia como ponto escolhido de desembarque. Por isso, para cada alvo atacado na área de assalto, dois seriam bombardeados alhures, especialmente em Pás de Calais. Este plano de cobertura aumentou enormemente o número de investidas a ser conduzido pelas forças aéreas aliadas, e, portanto suas perdas, mas seu êxito estratégico não pode ser colocado em dúvida.

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Mapa mostra a Pouca distância entre Calais e a Inglaterra

Para dar uma falsa imagem de sua estratégia abrangente, os Aliados imaginaram um plano para causar confusão (nome de código: Bodyguard). Era suplementado pelo Fortitude, que era o plano de cobertura para a Normandia. A história que os Aliados tentavam vender era que a campanha de 1944 deveria abrir-se com a invasão ao sul da Noruega. Depois, por volta da terceira semana de julho, o ataque principal seria lançado contra Pás de Calais. Vasos de desembarque simulados foram reunidos nos portos e embarcadouros a sudeste; o tráfego do rádio, os exercícios de treinamento, etc. transmitiram a impressão desejada. Mesmo depois do Dia D, permaneceu a idéia de que o ataque à Normandia era um blefe.

A invasão fictícia da Noruega foi confiada ao Tenente-General Sir A. F. A. N. Thorne, Comandante-em-Chefe do Comando Norte. Seu “Quarto Exército”, que consistia de três corpos imaginários, estava reunido na Escócia. Havia algumas tropas na Escócia, mas nem por isso o Quarto deixava de ser um exército fantasma, colocado no ar pelo tráfego do rádio a partir de um esqueleto de quartel-general. Os movimentos e exercícios de tropas, e alguns vazamentos bem calculados, apontavam para o desembarque na costa norueguesa. Este engano deveria ser mantido até julho. Hitler era sensível a qualquer ameaça à Noruega. Enfurecido pela incursão-comando que varreu a guarnição de Vaagso a 27 de dezembro de 1941, ele elevou a guarnição da Noruega para cerca de 300.000 homens. Era essencial para os Aliados que eles não fossem mobilizados para a França, onde apenas 100.000 deles teriam aumentado enormemente o poder defensivo do Grupo Ocidental do Exército. O Quarto Exército não foi, de modo algum, o menos eficiente dos exércitos que “combateram” do lado aliado na Segunda Guerra Mundial.

A invasão imaginária de Pás de Calais foi fixada para meados de julho. Uma força de assalto mítica de 12 divisões deveria crescer até 50 divisões. Havia, logicamente, muitas formações reais a leste e sudeste da Inglaterra. Isso fez com que elas aparecessem mais fortes do que na verdade o eram, pelo volume crescente do tráfego de rádio. Nada se negligenciou que pudesse aumentar a impressão desejada. Vazamentos oportunos através da imprensa, além daqueles através de canais diplomáticos e subterrâneos, davam realismo ao quadro. Nas regiões a sudeste, as forças – reais e imaginárias – estavam abertamente reunidas, enquanto a sudoeste não se poupou esforço para ocultá-las. Os mapas alemães que mostravam as posições aliadas na Inglaterra provam os quão longe tais enganos chegaram.

Seu sucesso deveu-se também ao fato de que Hitler estava convencido desde o início de que o assalto principal dos Aliados seria desfechado contra Pás de Calais. Na verdade, todos os líderes alemães eram de opinião de que ele teria de ser fortemente defendido. E tal ponto de vista não era desarrazoado. Tratava-se da rota marítima mais próxima entre a Inglaterra e a França, e a rota mais curta para uma arremetida aliada ao pólo industrial de Rhur. Os líderes alemães achavam provável que os Aliados atacassem em diversos lugares, mas havia divergências quanto ao desembarque dos assaltos subsidiários. Noruega, a costa atlântica, Portugal e a costa mediterrânea da França – todas essas possibilidades foram discutidas. Em outubro de 1943, von Rundstedt fazia notar que “a Normandia com Cherbourg e a Bretanha com Brest são áreas adicionais importantes à frente do Canal”, e, embora isso levasse algum tempo, parece que Hitler chegou a pensar algo assim. A 4 de março de 1944, ele as descrevia como “particularmente ameaçadas”, e dois dias depois seu Chefe de Estado-Maior pessoal, o General Alfred Jodi, disse a von Rundstedt que o Führer dedicava “particular importância à Nor-mandia”, em especial a Cherbourg. Isto levou ao reforço da península de Cotentin pela 91ª Divisão de Terra-e-Ar, pelo 6° Regimento de pára-quedistas e por outras unidades. Em abril, a 21ª Divisão Panzer foi mobilizada da Bretanha para Caen e a Divisão Panzer Lehr da Hungria para Chartres.

As previsões de von Rundstedt das intenções dos Aliados eram tranqüilas. Em seu relatório de 15 de maio sobre a situação, ele enfatizava que os Aliados precisavam capturar portos grandes: “Lê Havre e Cherbourg, sob este ponto de vista, têm que ser considerados em primeiro lugar. Parece muito natural que Boulogne e a península de Cotentin sejam visadas na primeira fase.” A 29 de maio ele concluía que os ataques aéreos às pontes do Sena “poderiam indicar intenções inimigas sobre a Normandia (formação de uma cabeça-de-ponte)”.

Os Aliados, de fato, tencionavam desembarcar três divisões aerotransportadas e cinco via marítima entre o rio Dives e a península de Cherbourg, e formar uma cabeça-de-ponte que incluiria as cidades de Caen, Bayeux e Saint Lò. A função das divisões aerotransportadas era guarnecer os flancos da cabeça-de-ponte, enquanto as outras divisões avançavam para o interior.

 

O Dia D – Análise de Dwight Eisenhower sobre a Decisão de Invadir no Dia 6

Dwight Eisenhower, comandante-supremo das forças aliadas que invadiram a “fortaleza européia”, julgou assim alguns aspectos da operação:

“Em junho de 1944 ocorreram os mais fortes ventos e as ressacas mais bravias, experimentadas nos meses de junho dos últimos vinte anos, no Canal da Mancha.

“A partir de 1o de junho me reunia diariamente com meus comandantes para coordenar os nossos preparativos de última hora e receber os prognósticos meteorológicos sobre os quais teríamos que basear a decisão final acerca da data para lançar o assalto. O Dia D provisório era 5 de junho, porém os boletins meteorológicos que chegaram no dia 3 eram tão desfavoráveis que, na reunião efetuada na manhã do dia 4, decidi que seria necessário um adiamento de pelo menos 24 horas. Naquele momento parte da força americana de assalto já havia zarpado rumo ao Canal, porém o mar estava tão violento que as embarcações se viram obrigadas a voltar e buscar refúgio.

“No dia 5 de junho, pela manhã, as condições no Canal. demonstravam pouca melhora, porém o prognóstico para o dia seguinte continha um raio de esperança. Previa-se um intervalo de boas condições, a começar das últimas horas do dia 5 e assim se mantendo até a manhã seguinte, com o vento amainado e nuvens fragmentárias não inferiores a 1.000 metros de altura.

“Contudo, até o anoitecer do dia 6, previa-se o retorno dos ventos fortes e do mar agitado e essas condições, provavelmente, prevaleceriam durante período indefinido.

“A última data possível para a invasão com as marés então existentes era 7 de junho, e um adiamento adicional de 24 horas já não seria mais possível, posto que as forças navais de bombardeio, que já haviam zarpado de suas bases no norte, no dia 3, teriam que retornar ao porto para abastecer-se novamente de combustível e todo o horário da operação estaria então desorganizado. Portanto, me encontrei diante da alternativa de correr os riscos que significava um assalto durante o que, provavelmente, seria apenas uma interrupção parcial ou temporária do mau tempo, ou bem, adiar a operação por várias semanas, até que a Lua e as marés fossem novamente favoráveis. O adiamento, contudo, havia sido altamente prejudicial para o espírito de nossas tropas, além da possibilidade de perdermos os benefícios de uma surpresa tática. A 5 de junho, às 0h 40m, tomei a decisão final e irrevogável: a invasão da França teria lugar no dia seguinte”.